Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Jesus de Ritinha de Miúdo terça, 27 de agosto de 2024

CHORO E POEIRA (CRÔNICA DO COLUNISTA JESUS DE RITINHA DE MIÚDO)

CHORO E POEIRA

Jesus de Ritinha de Miúdo

Foto do Instagram

 

Ontem eu vi pelas redes sociais a queda de um casarão em Caicó. E lamentei. Eu lamentei.

E não compreendi como um ato igual aquele pode ser feito numa cidade pulsando cultura, cujo campus da Universidade Federal do Rio Grande do Norte oferece há várias décadas um curso de História. De História! E fico imaginando nas barbas de quantos Bacharéis em História aquele ato foi praticado.

Não questiono e nem argumento sobre a geração de empregos (eu serei sempre a favor da geração de postos de trabalho, e da criação de riquezas). Certamente será ali um ponto comercial.

Mas, há meios de se alcançar os objetivos de lucro preservando o patrimônio de uma cidade.

Em Assu, por exemplo, o grupo de Supermercado Queiroz, com sede em Mossoró, comprou de uma lapada só algumas casinhas e um velho teatro intencionando pôr tudo no chão.

Uma lei municipal impediu essa aberração. O resultado foi a fachada do teatro preservada e uma das frentes de supermercados mais bonitas do Brasil.

Então, por aquilo que assisti ontem nas redes sociais, nasceu a poesia abaixo:

CHORO E POEIRA

Seu doutor, não foi querela
Eu chorei foi por desgosto
Quando vi na mídia exposto
O caso da casa bela.
Uma máquina amarela
Um trator sem compaixão,
Tão frio, sem coração,
Sem passado, sem história,
Desprovido de memória
Botou a casa no chão.

Não sobrou sequer um vão
Um só, seu doutor, um só!
Menos lindo o Caicó
Ficou com a demolição.
Não quero argumentação
Com quem apaga o passado
Pois, um passado apagado
Faz se perder a riqueza
Da cultura, da beleza,
Da história e do legado.

Eu vi aquele sobrado
Sob a pá da escavadeira
Chorando um choro poeira
Por cada vão derrubado.
Era um choro abafado
Pela queda de um paço
Por cada baque do traço
Perdido da arquitetura
Poeira ganhando altura
E se perdendo no espaço.


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