Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sábado, 16 de janeiro de 2021

CHADWICK BOSEMAN: SERÁ QUE ALGUÉM CONSEGUE TIRAR DELE O OSCAR DE MELHOR ATOR?

 

Será que alguém consegue tirar o Oscar de Melhor Ator de Chadwick Boseman?

Na categoria, veteranos titânicos e uma leva de astros emergentes disputam entre si para ver quem perderá o prêmio para Boseman

Kyle Buchanan, The New York Times

15 de janeiro de 2021 | 10h00

A corrida para Oscar deste ano se tornou a mais longa de todos os tempos e a mais difícil de prever: em meio à persistente pandemia, a cerimônia foi adiada para 28 de abril (com filmes lançados até 28 de fevereiro na disputa), e a pompa comum ao circuito de festas e ostentação praticamente evaporou, deixando como rastro uma série de links para exibições pouco empolgantes.


 

Chadwick Boseman
Chadwick Boseman em cena do filme 'A Voz Suprema do Blues'. Foto: David Lee/Netflix

 

Ainda assim, em pelo menos uma das categorias principais me sinto confortável em apontar um favorito: na disputada corrida pelo Oscar de Melhor AtorBoseman assume a vantagem por sua excepcional atuação em A Voz Suprema do Blues. Os jurados dificilmente deixarão passar a oportunidade única de reconhecer o talento do superastro morto recentemente.

Ainda assim, não espere que os cinco finalistas sejam simplesmente Boseman e outros quatro nomes inexpressivos. Este ano, a disputa na categoria poderá entrar para a história, já que personalidades habituadas ao Oscar estão em menor número diante dos emergentes em busca de sua primeira indicação.

Quais desses nomes têm mais chance de surpreender? Aqui vão minhas projeções.


 

Riz Ahmed, ‘Sound of Metal’

Ahmed mostrou sensibilidade como coadjuvante em O Abutre e Os Irmãos Sisters, mas, como ator principal de Sound of Metal, deu um passo além: representando um baterista envolvido com drogas, que não consegue aceitar sua repentina perda de audição, Ahmed simplesmente arrasa. Uma recente vitória sobre Boseman no Gotham Award sugere que ele tem o que é preciso para merecer sua primeira indicação ao Oscar; esperemos que os jurados também incluam na disputa seu maravilhoso coadjuvante, Paul Raci, tão marcante como líder da banda de Ahmed.

  

 

 

Kingsley Ben-Adir, ‘Uma Noite em Miami’

Enquanto esse drama encenado na época do movimento pelos direitos civis (que estreia sexta-feira na Amazon) confere a quatro personagens um peso similar, o serviço de streaming posiciona Ben-Adir (que representa Malcolm X) e Eli Goree (Muhammad Ali) como atores principais, enquanto Leslie Odom Jr. (Sam Cooke) e Aldis Hodge (Jim Brown) deverão disputar categorias de apoio. É uma estratégia arriscada, mas Ben-Adir mostra potencial para disputar a estatueta de Melhor Ator: o emergente britânico dá um toque intimista a Malcolm X que gratifica o ícone com um sentimento humano.

  


 

Chadwick Boseman, ‘A Voz Suprema do Blues’

Apesar de a morte de Boseman ter criado certa urgência em honrá-lo, a atuação dele nessa adaptação de August Wilson teria conquistado a atenção do Oscar de qualquer maneira: ele é simplesmente tremendo, em um papel corajoso e atrevido, que se descola totalmente de sua estoica atuação em Pantera Negra. Premiações póstumas no Oscar são difíceis de acontecer, mas Boseman remete a Heath Ledger em Batman: o Cavaleiro das Trevas, uma de suas mais aclamadas atuações, no fim de sua curta carreira.

  


 

Sacha Baron Cohen, ‘Borat: Fita de Cinema Seguinte’

Com o dom de Borat para acabar com qualquer festa, um azarão como Baron Cohen não deveria ser descartado, especialmente desde que o primeiro Borat rendeu ao ator e roteirista um Globo de Ouro e uma indicação ao Oscar de Melhor Roteiro Adaptado. As duas categorias estão em jogo novamente, apesar de podermos transferir qualquer ímpeto que Baron Cohen tenha para levar o prêmio de Melhor Ator para uma indicação muito mais provável como Melhor Ator Coadjuvante, por sua atuação como Abbie Hoffman em Os 7 de Chicago.

  


 

Tom Hanks, ‘Relatos do Mundo’

Uma indicação para Melhor Ator Coadjuvante no ano passado por Um Lindo Dia na Vizinhança quebrou um jejum de Oscars de aproximadamente duas décadas para Hanks, cujas atuações mais recentes têm sido frequentemente desdenhadas. Se os jurados optarem por grandes nomes este ano, Hanks terá uma boa chance, mas seu papel como veterano da Guerra Civil Americana em Relatos do Mundo é terrivelmente contido e digno de se perder nesse mar de reluzentes concorrentes.

  


 

Anthony Hopkins, ‘The Father’

As coisas teriam que sair muito errado para Hopkins deixar de ser indicado: como um patriarca que começa a perder seu lugar no mundo por causa da demência, Hopkins entrega uma obra-prima da fase mais madura da carreira (o filme será lançado em 26 de fevereiro). Papéis tão bons não aparecem com frequência para um ator de 83 anos e, em um outro ano, esse fenômeno poderia ter garantido a Hopkins seu segundo Oscar. Mas será que os jurados negligenciarão sua única e verdadeira oportunidade de dar o Oscar deste ano a Boseman?

  

 

 

Delroy Lindo, ‘Destacamento Blood’

Lindo é infinitamente convincente como veterano da Guerra do Vietnã no drama de Spike Lee - e o ator de 68 anos, nunca indicado antes, foi louvado pelos principais críticos, chamando a atenção do New York Film Critics Circle e da National Society of Film Critics como candidato a Melhor Ator. Como ele é o único desta lista que atuou em um filme lançado no verão americano, esses constantes elogios o ajudarão a permanecer à frente da disputa em uma temporada de Oscar que ainda se arrastará por alguns meses.

  


 

Gary Oldman, ‘Mank’

Poderá Mank se tornar o Era uma Vez em… Hollywood deste ano? Um caro filme de época a respeito da indústria cinematográfica que ganha várias indicações, mas tem dificuldade em convertê-las em prêmios? Veterano do Oscar, Oldman certamente entrega o tipo de atuação pela qual os jurados babam: todas as falas de seu personagem, em uma voz que range como uma porta enferrujada, estão repletas de grandes decisões. Mesmo assim, os jurados com quem conversei mais respeitam do que amam o filme.

  


 

Lakeith Stanfield, ‘Judas and the Black Messiah’

Esse drama que tarda em ser lançado, a respeito do assassinato do líder dos Panteras Negras, Fred Hampton, vai reconfigurar a corrida pelo prêmio de Melhor Ator Coadjuvante, já que a brilhante atuação de Daniel Kaluuya tem força de favorita (o filme será lançado em 12 de fevereiro). O que isso significa para Stanfield, o verdadeiro ator principal do filme, que representa um traiçoeiro informante do FBI infiltrado no círculo íntimo de Hampton? Se o filme fizer sucesso, o talentoso ator pode ser levado por essa onda; ainda que as motivações de seu personagem permaneçam um pouco sombrias, Stanfield entrega boas atuações a cada cena.

  


 

John David Washington, ‘Malcolm & Marie’

Depois de perder por pouco a indicação entre os cinco concorrentes ao Oscar na categoria Melhor Ator com Infiltrado na Klan, talvez Washington tenha mais sorte com sua atuação de energia máxima em Malcolm & Marie (5 de fevereiro), um diálogo  filmado na quarentena, no qual ele representa um cineasta abjeto e amalucado, que briga com a namorada (Zendaya) por 1 hora e 45 minutos. Certamente essa é a atuação mais exibicionista e palavrosa desta lista, apesar de os jurados deverem simpatizar mais com Zendaya, por sua resistência às broncas.

  


 

Steven Yeun, ‘Minari’

Yeun merecia atenção do Oscar por sua astuta atuação como coadjuvante no filme Em Chamas, de 2018, mas os jurados logo terão chance de compensá-lo. No aclamado Minari (com lançamento em 12 de fevereiro), Yeun representa um pai que imigra para o Arkansas com sua família, para iniciar uma fazenda - seu orgulho e frustração são sentidos a cada cena, mesmo quando o diálogo é escasso. Mas, em meio a um conjunto de filmes com atuações individuais retumbantes, que chance um trabalho como o de Yeun tem de se sobressair? Até a inclinação indie dos Gotham Awards o desprezou para uma indicação e, no Oscar, a concorrência será ainda mais acirrada.

  

 


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