O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou, ontem, o aplicativo Celular Seguro, cujo objetivo é combater os roubos e furtos de aparelhos. Pelo app, a vítima poderá bloquear, com poucos cliques, o telefone, a linha e os programas bancários.
Compromisso
Segundo o secretário-executivo do MJSP, Ricardo Cappelli, as operadoras de telefonia se comprometeram a bloquear as linhas a partir de, no máximo, 9 de fevereiro — quando cai a sexta-feira que precede o Carnaval, época em que aumentam vertiginosamente os roubos e furtos de celulares. Isso porque o bloqueio da linha telefônica, por meio do chip, estará disponível no aplicativo só a partir desta data. Até lá, o usuário continuará bloqueando a linha entrando em contato com a operadora de telefonia.
Para Cappelli, o Celular Seguro funciona como uma espécie de "botão de emergência para que a pessoa, rapidamente, aperte e possa reorganizar a sua vida com mais calma, sem ter a preocupação de ter de fazer 300 ligações para bloquear uma série de canais que a exponham a golpes". O funcionamento terá o apoio técnico da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) — que atuará para inutilizar os aplicativos bancários da vítima — e da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) — que impedirá o funcionamento do código IMEI (número único de identificação) do telefone.
BRA-segurança celular(foto: Valdo Virgo)
"No momento em que o aparelho roubado é bloqueado de forma rápida, se transforma em um pedaço de inútil de metal. Acreditamos que isso reduzirá em muito a atratividade do roubos e do furto. Também cremos que vai reduzir muito aquilo que estimula os delitos, que é a receptação", observou. O telefone, porém, não ficará completamente inutilizado, uma vez que, para isso, seria necessário que o sistema operacional também fosse bloqueado — essa opção não consta do Celular Seguro.
Roubos e furtos
Cappelli disse que o Brasil contabiliza aproximadamente de 1 milhão de roubos e furtos de celular anualmente — número que considera subestimado, pois considera que há uma grande subnotificação de casos.
"Se fecha um primeiro ciclo, mas quem trabalha com segurança sabe que é um trabalho que não termina nunca. Vai fechando uma porta e os criminosos vão abrindo outras. Não tem bala de prata. É um serviço contínuo", frisou, acrescentando que a ferramenta será melhorada gradativamente.