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Cantora apresenta o projeto Estrela da terra: paixão cotidiana por Brasília
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Cantar Brasília. Viver Brasília. Dar voz aos artistas naturais ou radicados na cidade. Célia Porto tem tudo isso presente nas características mais íntimas da carreira. Não à toa, ela é a convidada do Pátio Brasil Shopping — pelo segundo ano consecutivo — para se apresentar na celebração do aniversário da capital federal. O evento, chamado Parabéns a Brasília, é hoje, às 19h.
Se em 2018 a artista prestou homenagem a Renato Russo, ex-líder da Legião Urbana, agora, na comemoração de 59 anos da cidade, ela traz o projeto Estrela da terra para o palco da praça central do Pátio Brasil. “Eu acho muito legal, porque o pessoal do shopping tem uma preocupação de levar uma atração que seja de Brasília. Esse projeto [Estrela da terra], eu já fiz no Clube do Choro e no Espaço Cultural Renato Russo. É um projeto de música e poesia. A gente caprichou muito nas letras e nos arranjos”, comenta Célia Porto.
O espetáculo tem a presença da poetisa Noélia Ribeiro, a Nonô, inspiração da canção Travessia do eixão da Legião Urbana. “A ideia é a musicalização dos poemas da Nonô, mas não só isso. A gente vai gravar e lançar. Estamos fazendo algo bem legal e devagar, com calma. Temos alguns parceiros, como Zeca Baleiro, mas precisamos respeitar o tempo deles. Eles precisam de um tempo de reflexão em cima das letras e das melodias. Estou muito animada com esse trabalho com a Nonô”, revela.
“O repertório terá outras músicas. Claro que vou cantar Renato Russo e músicas dos meus quatro discos. A gente tem de retomar valores nesse sentido”, antecipa. Assim, também são esperadas músicas relacionadas a Brasília, como canções do conjunto Liga tripa. “Para mim, eles são alguns dos compositores de maior expressão. Insisto em Brasília, gosto de cantar a cidade. Estou sempre atenta aos novos artistas daqui, como Cauê Maia, João Pedreira, Maria Camelo”, complementa.
O entusiasmo com Brasília vem desde os primeiros anos da carreira. Vencedora do Prêmio Sharp — hoje chamado de Prêmio da Música Brasileira — nos anos 1990, esteve no Rio de Janeiro e em São Paulo, mas decidiu retornar. “Muitas vezes, as gravadoras querem impor um estilo, eu não concordava. Depois que engravidei e tive meu filho, decidi sossegar de vez em Brasília”, recorda.
Dedicada à música
“Diferentemente de muitos músicos, não tive nenhuma influência em casa. Meus pais não são músicos. A paixão nasceu quando eu estava na escola, aos 10 anos. Gosto de falar que foi na Escola Parque. Gosto de falar que foi na escola pública”, relembra a cantora, que aos 18 ingressou na Escola de Música de Brasília. “Não cheguei a me formar, faltou muito pouco. Mas decidi que era hora de viver da música”, conta.
Essa relação com a música a levou a atuar fora dos palcos e projetos comerciais. Célia Porto é professora de musicalização para crianças em projeto, que começou na Universidade de Brasília (UnB) e, hoje, está ativo na 503 Sul. “Esse trabalho é a minha paixão há 13 anos. É um projeto que também me satisfaz muito como artista. Eu acho que quem faz música quem trabalha com música, não consegue se dedicar a outra coisa. Você acaba se tornando ‘funcionário público da música’, uma analogia à cultura aqui da cidade”, brinca.
“Acredito que a gente tem que olhar mais para a música. Voltar a colocá-la em primeiro plano. Hoje, é tudo muito multimídia. Tem muito efeito especial, muito vídeo, muito visual. Eu ainda tenho o projeto de ir com amigos para fazer audições nas casas dos artistas.”, planeja. Como diz Cidade nua, uma das músicas interpretadas por Célia: “Sonhos livres, sonhos livres. Por trás de cada olhar, Brasília”.
Estagiário sob a supervisão de Severino Francisco
Parabéns a Brasília
Célia Porto. Pátio Brasil Shopping (SCE, Q. 7, Bl. A). Hoje, às 19h. Entrada franca. Classificação livre.