Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quinta, 28 de março de 2019

CEILÂNDIA: AS MINAS DA MODA

 

As minas da moda
 
 
Mulheres moradoras de Ceilândia impulsionam o mercado local com produtos próprios e muita inspiração no que a cidade tem a oferecer

 

» FERNANDA BASTOS*
* Estagiária sob supervisão de Mariana Niederauer

Publicação: 28/03/2019 04:00

A artesã Nathália Marinho Cerqueira se inspira na vegetação local para produzir suas peças
 (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  

A artesã Nathália Marinho Cerqueira se inspira na vegetação local para produzir suas peças

 


Moradoras de Ceilândia, jovens mulheres estão se unindo para produzir produtos de beleza e moda a preços acessíveis e de alta qualidade. Ao procurar por mercadorias que desejavam e encontrar itens com valores muito altos, elas perceberam a oportunidade de transformar o consumo de roupas e de outros acessórios de beleza na região administrativa.
 
De acordo com a artesã Nathália Marinho Cerqueira, 20 anos, a cidade onde mora teve influência decisiva na construção do seu ateliê, Mãe Natureba. “Eu acredito que, se não disponibilizo minha arte para o lugar onde eu moro eu não posso vender para outros”, destaca. A proposta do negócio é ser acessível, oferecendo tanto aulas e oficinas como produtos artísticos mais baratos. A jovem vende colares, pulseiras, mandalas, pinturas e bordados. “A extensa vegetação, as plantações de amora, manga e abacate, das quais eu moro perto, influenciaram alguns dos meus desenhos”, conta.

Gabriella Silva Mendes, dona da Afrogaia, faz cosméticos, como sabonetes e cremes, naturais (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  

Gabriella Silva Mendes, dona da Afrogaia, faz cosméticos, como sabonetes e cremes, naturais

 

Já a tatuadora e curadora de brechó Larissa Cristina Rodrigues da Silva, 22, teve como principal influência o desperdício de roupas para fundar o brechó Altlet. Para ela e as amigas Gabrielle e Evelyn — sócia-fundadora e curadora de produção e criadora, respectivamente — a troca de roupas pode contar com a estilização das peças, que ficam com cara de novas. “Não podemos deixar as roupas se destruírem se dá para reutilizar e transformar”, destaca.
 
As peças, vendidas por valores entre R$ 5 e R$ 60, são cuidadas desde a obtenção pelas três empreendedoras. Um dos diferenciais da marca é a reutilização de todos os elementos. “Estamos no meio do cerrado, que está sendo destruído e, se não cuidarmos pelo menos da roupa que usamos, vamos cuidar do quê? Tudo que usamos, o papel da placa, as etiquetas de preço, a arara das roupas, foi encontrado na rua e reutilizamos”, aponta a empresária.

No brechó de Larissa Cristina da Silva, as peças passam por customização: menos desperdício (Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)  

No brechó de Larissa Cristina da Silva, as peças passam por customização: menos desperdício

 

Nascida em Planaltina, Larissa se mudou para Ceilândia aos 17 anos e afirma que a cidade influenciou sua vivência como mulher na área da cultura. E, para retribuir esse conhecimento, a curadora do brechó acredita que é preciso fazer o dinheiro obtido nas vendas voltar para a cidade. “A maioria das pessoas de quem compramos as roupas são idosas que vivem em Ceilândia. Dessa forma, ajudamos pessoas daqui e retornamos o dinheiro para o mercado na esquina, para a produção de eventos, para a troca de outras roupas”, destaca. As peças mais vendidas pelo brechó são tops de diversas cores e tamanhos, para todos os tipos de corpo.
 
Força
Seguindo o mesmo pensamento, a moradora da M Norte Gabriella Silva Mendes, 21, participa de um coletivo de mulheres negras e empreendedoras que trabalham com o que a terra provém. Em razão da falta de produtos que supram suas necessidades, ela começou a produzir os próprios cosméticos por meio da cosmetologia natural. Com a fabricação de cremes e sabonetes que variam de R$ 4 a R$ 35, a estudante de ciências sociais criou a marca Afrogaia, que já expôs em feiras e eventos na região. “Essa força vem daqui, dos coletivos da Cei”, destaca.
 
Para Kamilla Stephany Dias Gomes, 21, nascida e criada em Ceilândia, a força para realização do sonho de criar uma marca de roupas veio da família, de amigos e de seguidores nas redes sociais, onde a jovem se tornou conhecida por falar de diversos temas relacionados a beleza e sobre a cultura na periferia.
 
Com o público já consolidado e as rendas obtidas no trabalho como vendedora, conseguiu lançar a própria marca, a Kza Company. “Eu sempre quis ter uma marca de roupas, acessórios e afins que tivesse a minha identidade e a identidade da rua, principalmente de Ceilândia, onde nasci e me criei. Queria retratar a quebrada com uma pegada estilosa, do jeito que eu gosto”, conta Kamilla.
 
O objetivo da Kza é dar visibilidade à moda das ruas. Nesse contexto, Ceilândia é pura inspiração, que vem das pessoas, das festas e do convívio diário. O diferencial da marca consiste na modelagem, com cortes estilosos e estampas diferentes. Toda a equipe é da região administrativa e as peças, pensadas para o público do “rolê street” da cidade. “Não é apenas uma marca. Eu quero, por meio dela, que as pessoas olhem para as roupas que eu lançar, se inspirem e tenham fé e determinação para fazer aquilo que elas sonham em tirar do papel”, ressalta.
 
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