Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense terça, 11 de fevereiro de 2020

CED 6 DA CEILÂNDIA: ESCOLA PÚBLICA, SIM SENHOR!

 

ELES ENCHEM O ENSINO PÚBLICO DE ORGULHO

Com apoio familiar, investimento em autoestima e dedicação dos professores, 69 alunos de escola  de Ceilândia conquistaram vaga na UnB em 2020., Tailana Galvão/Esp. CB/D.A Press

Com apoio familiar, investimento em autoestima e dedicação dos professores, 69 alunos de escola de Ceilândia conquistaram vaga na UnB em 2020.

 

 

Escola pública, sim senhor!
 
O CED 6 de Ceilândia aprovou 69 alunos na UnB no primeiro semestre letivo de 2020. A escola investe em apoio familiar, autoestima do aluno e trabalho em conjunto com o corpo docente. Confira ainda a lista com a segunda chamada do PAS

 

Isadora Martins*
Millena Campello*

Publicação: 11/02/2020 04:00

 

O diretor Jefferson Lobato e os alunos do CED 6 aprovados na UnB: união e foco no ensino
 (Tailana Galvao/Esp. CB/D.A Press - 3/2/20)  

O diretor Jefferson Lobato e os alunos do CED 6 aprovados na UnB: união e foco no ensino

 

 

Esperança, dedicação e conhecimento. Esses são os pilares que levaram o Centro Educacional (CED) 6 de Ceilândia a aprovar 69 alunos na Universidade de Brasília (UnB), de acordo com o diretor, Jefferson Lobato, e o orientador da escola, Aleksandro Azevedo. “Vamos além do conteúdo. Trazemos cultura. Investimos em teatro e atividades extracurriculares”, diz o orientador, que acredita que o diferencial da instituição é o trabalho em conjunto.

 

A professora de português Glaucia Lamarc, por exemplo, procura trabalhar a autoestima dos estudantes em sala de aula. “Os alunos não acreditam que são capazes de competir com quem vem de escola particular. Fortaleço a identidade deles até que acreditem em si”, afirma. A recompensa, para ela, é vê-los felizes. “Professores podem não ter o retorno financeiro desejado, mas isso volta em forma do legado dos alunos. O resultado deles é o nosso legado.”

 Em 2003, a instituição foi considerada a pior do Distrito Federal. No entanto, o que deveria ter desanimado professores e alunos serviu como inspiração. “A comunidade se juntou para fazer uma revolução. Reconstruímos a cultura da escola”, explica Jefferson. O corpo docente mudou as estratégias. A partir dali, todos os alunos que entrassem na escola saberiam o que é o Programa de Avaliação Seriada (PAS) e como a educação pode reconstruir realidades.

 “Hoje, além de falar do PAS desde o primeiro dia, envolvemos a família e ela incentiva o aluno”, explica Jefferson. Por isso, aproximadamente 70% dos estudantes do terceiro ano são aprovados em faculdades públicas e particulares. Para o diretor, esse número é muito bom, tendo em vista que boa parte passa por dificuldades enormes, desde não ter o que comer em casa até a ausência de pais. “Ver um aluno que vem dessa realidade entrar na UnB é fantástico. Dá muito orgulho. Isso me motiva”, emociona-se.

 O diretor planeja levar os futuros universitários para falar com os novos estudantes, reforçando a ideia de que educação pode mudar vidas. A expectativa é de que, neste ano, pelo menos 100 dos 320 alunos do terceiro ano ingressem na UnB.

 

Perseverança sempre

 

Levi Durães, 19, concluiu o ensino médio no CED 6 em 2018. Filho de uma enfermeira, o curso dos sonhos dele era medicina, mas, na época, ele não passou pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) por poucos pontos. “Quando eu não fui aprovado, foi um choque. É uma frustração muito grande”, lembra.

Entretanto, Levi não desistiu. Ele traçou novas estratégias de estudo para 2019 e, com muita dedicação, conquistou uma vaga na Escola Superior de Ciências da Saúde (Escs) este ano. O morador do Por do Sol, em Ceilândia, conta que estudou em casa, por meio de videoaulas e apostilas da internet. “Estudava cerca de nove horas por dia, durante um ano”, relata.

 

Agora, com uma vaga garantida na faculdade, pretende ajudar mais estudantes a conquistarem o mesmo sonho. “Quero apoiar outros jovens que desejam entrar na universidade, seja em um curso concorrido ou não. Eu fiz o Enem duas vezes, então acabei acumulando alguns conhecimentos sobre a prova”, diz. “Quanto aos planos para a minha faculdade, tentarei ser o aluno aplicado que sempre fui no ensino médio”, acrescenta.

 O conselho dele para os vestibulandos é ter calma. “Essa fase é um misto de sentimentos e ansiedade. Ter um mínimo de controle emocional ajuda muito. E estudar. Tem que se esforçar para chegar a algum lugar.”

 

Um sonho realizado

 “Eu fiquei muito feliz (quando soube da aprovação). Não esperava. Tive notas muito boas no PAS, mas, ainda assim, não acreditava em mim da forma como deveria”, conta Samira Sousa, 17. A estudante, que cursou o ensino fundamental e ensino médio em escolas públicas, foi aprovada para direito na UnB. A escolha do curso foi inspirada por familiares que trabalham na área. “Sempre foi meu sonho. No 3º ano do ensino médio, estagiei no TJDFT, gostei muito e tive certeza de que é o que quero fazer.”

 De acordo com a moradora do P Sul, a dica para a aprovação pelo PAS é focar os conteúdos ensinados em sala de aula. “Eu sempre me dediquei às disciplinas ensinadas no ensino médio”, conta. “É importante aproveitar cada oportunidade que a escola proporciona.”

 

Dedicação máxima

 

Júlia Alves, 17, também faz parte da lista de estudantes do CED 6 aprovados pelo PAS. A caloura da UnB, que sempre foi das exatas, conquistou uma vaga no curso de ciências contábeis. “Tirava notas boas na escola e me dediquei ao máximo aos conteúdos e às dicas que os professores passavam em sala de aula”, conta.

 Filha de professora da rede pública e de um gerente de marketing, Júlia estudou até o 4º ano do ensino fundamental em escola particular. Os outros anos cursou em escola pública. O conselho que a estudante dá para jovens da escola pública que sonham em passar em uma universidade federal é, antes de tudo, acreditar. “Não é impossível”, garante. “Se a gente se dedicar um pouco mais, consegue.”

 A expectativa de Jéssica Santos, 18, para a UnB é de viver experiências novas e aproveitar todas as oportunidades que o câmpus tem a oferecer. A partir de março, a estudante cursará estatística na federal. “Eu adoro matemática, sempre me dei bem com números”, conta. 

 

*Estagiárias sob supervisão de José Carlos Vieira

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