Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 20 de maio de 2020

CASAMENTO VIA INTERNET

 

Jornal Impresso

CASAMANENTO VIA INTERNET
 
 
Tão longe, tão perto
 
Médicos que se conheceram em Brasília se casam pela internet, separados por mais de 2 mil km. Casal, que passou mais de 15 anos sem se falar, decidiu manter a cerimônia de casamento mesmo com as limitações da pandemia

 

» Fernando Jordão

Publicação: 20/05/2020 04:00

O casamento foi realizado em cartório de Maceió (AL), mas o noivo estava em Bom Jesus da Penha (MG) 
 (Fotos: Arquivo Pessoal)  

O casamento foi realizado em cartório de Maceió (AL), mas o noivo estava em Bom Jesus da Penha (MG)

 


Não são raras as histórias de amores que vencem distâncias. Há também os que precisam lidar com o tempo. Mais recentemente, temos aqueles que resistem em meio à pandemia do novo coronavírus. Mas um casal de médicos, que se conheceu em Brasília, enfrentou as três adversidades — e superou todas. Depois de passarem 15 anos separados, os dois se reencontraram e decidiram se casar em 25 de abril. Impossibilitados de realizar a cerimônia presencial, resolveram selar o matrimônio pela internet. Com um detalhe: ela estava em Maceió (AL) e ele, em Bom Jesus da Penha (MG), cidades separadas por 2.225,5 km.
 
Apesar da distância, Eliana Medeiros, 53 anos, e Célio Ribeiro, 56, costumavam se encontrar, pelo menos, duas vezes por mês. No começo de março, ela estava em Minas, visitando o noivo, quando percebeu que talvez o casamento não acontecesse como esperado. "Meu voo de volta foi cancelado. Levou duas semanas para eu conseguir voltar para Maceió. Fiquei presa, não conseguia voo", lembra. Como precisava regressar ao trabalho, a médica montou uma operação complexa: "Fui de carro para Brasília e peguei um voo para Recife. Depois, peguei um táxi para Maceió de madrugada. Foi uma luta, uma tormenta".

Célio conhece Eliana há 31 anos  

Célio conhece Eliana há 31 anos

 

Nenhuma das dificuldades impostas pela pandemia foi capaz de tirar a alegria da noiva que, como médica, tem acompanhado de perto a crítica evolução da covid-19 no Brasil. "Eu tirei de boa. Para quem estava querendo fazer um monte de festa, três vestidos, não comprei nenhum. Fui com a roupa que eu tinha, porque está tudo fechado. O mais importante disso tudo é com quem você está. O mais importante é o amor mesmo", resume.
 
Idas, vindas e milagres
Recém-casados, Eliana e Célio se conhecem há 31 anos. Mineiro, ele morava no Distrito Federal e cursava medicina na Universidade de Brasília (UnB). Ela, alagoana, veio cumprir o internato hospitalar — período dos últimos anos do curso — no antigo Hospital Regional da Asa Sul (Hras), hoje Hospital Materno Infantil de Brasília (Hmib). "Ele era do meu grupinho (de amigos) e todo mundo sabia que a gente tinha uma afinidade, não descolava", recorda ela.

Banner do casamento destaca distância do casal  

Banner do casamento destaca distância do casal

 

Após o fim do internato, a distância virou um empecilho. Apesar de boa aluna, Eliana não foi aprovada no concurso de residência no DF. Conseguiu passar em São Paulo. O então namorado foi aprovado nos dois, mas preferiu ficar na capital federal. Os dois mantiveram o relacionamento a distância por um tempo, mas acabaram optando por terminar. Mesmo com o término, seguiram amigos e mantiveram contato. Com o fim da residência, a médica voltou para Maceió, onde Célio, aliás, havia comprado uma casa de praia.
 
Aqui, o tempo virou inimigo do casal: os dois passaram 15 anos sem se falar. Eliana, porém, conversava com a família do ex-namorado, principalmente com uma irmã de Célio. Em 2017, a cunhada, Sandra, estava em viagem para a capital alagoana e a convidou para um almoço. A médica foi, sem saber, contudo, que reencontraria Célio — então com uma namorada, com a qual estava junto havia 13 anos.
 
Eliana crê que esse encontro casual foi crucial para o relacionamento dos dois. No ano seguinte, Célio lhe enviou uma mensagem dizendo que passaria três dias em Maceió, e os dois combinaram um almoço. Na ocasião, ele contou que havia terminado o namoro. “Dali em diante, a gente não se soltou nunca mais.”
 
Célio voltou para Minas — para onde havia se mudado — já com uma passagem para regressar a Alagoas. "Ele me disse que queria ir para algum lugar que ainda não conhecia. Falou em Foz de São Francisco, mas eu sugeri São Miguel dos Milagres. Quando chegamos na pousada, tinha um par de aliança usadas, não sei se alguém esqueceu ou se os donos deixavam lá. Ali, ele me disse que queria casar comigo, que queria ficar comigo para sempre", relata Eliana.
 
Por isso, além da cerimônia civil em Maceió e da religiosa em Bom Jesus da Penha, o casal celebraria o casamento com uma festa em Milagres, remarcada, agora, para 27 de fevereiro de 2021. Mas Eliana, que pretende mudar-se para Minas quando for possível, garante que estaria feliz mesmo se o evento não vier a acontecer.

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