Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense segunda, 27 de junho de 2022

CARTÃO-POSTAL DO DF: IGREJINHA DA ASA SUL COMPLETA 64 ANOS NESTA TERÇA-FEIRA, 28 DE JUNHO DE 2022

Cartão-postal: Igrejinha da Asa Sul completa 64 anos nesta terça-feira

Igreja Nossa Senhora de Fátima celebra 64 anos neste 28 de junho. Obra de Oscar Niemeyer, tombada pela Unesco, é cartão-postal da cidade

LR
Lorena Rodrigues*
postado em 27/06/2022 05:57 / atualizado em 27/06/2022 07:22
 
Igrejinha Nossa Senhora de Fátima foi inaugurada em 28 de junho de 1958 -  (crédito:  Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)
Igrejinha Nossa Senhora de Fátima foi inaugurada em 28 de junho de 1958 - (crédito: Marcelo Ferreira/CB/D.A Press)

Aos apaixonados pela história de Brasília, bem como aqueles que seguem a fé católica, a Igreja Nossa Senhora de Fátima, mais conhecida como "Igrejinha de Fátima'', está completando 64 anos desde sua inauguração. A pequena capela foi o primeiro templo em alvenaria a ser erguido na capital e sua construção e inauguração são consideradas um marco para a cidade.

 

  • Igrejinha da Asa Sul em construçãoArquivo Público do DF

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A ideia inicial era a construção de um grande santuário onde atualmente se encontram as Superquadras 307/308 Sul. Porém, os planos mudaram após a necessidade de uma igreja para a cerimônia de casamento da filha do presidente da Novacap, Israel Pinheiro. Logo, o plano inicial da família Kubitschek foi substituído com urgência pelo projeto de uma capela mais simples: a atual Igreja Nossa Senhora de Fátima. A paróquia foi inaugurada antes mesmo de Brasília, no dia 28 de junho de 1958.

Tombado pela Unesco como patrimônio cultural e histórico nacional em 7 de dezembro de 1987, o templo foi projetado por Oscar Niemeyer e é composto por três pilares que sustentam uma laje em referência aos antigos chapéus usados por freiras. A parte externa da parede é revestida por azulejos de Athos Bulcão que simbolizam a descida do Espírito Santo e a Estrela da Natividade. Já no seu interior, o monumento apresenta pinturas de Francisco Galeno, aluno de Alfredo Volpi, artista italiano responsável pela primeira obra artística da igreja.

 

Moradores e turistas

Apesar da simplicidade e do espaço reduzido, a igrejinha é considerada um dos maiores símbolos da fé católica em Brasília. O Frei Venildo Trevizan, 83 anos, sacerdote mais antigo da paróquia, afirma que os candangos já faziam da igreja ainda em construção, um lugar de prece e pedidos de milagres. "Ela representa o marco central da atual capital", ressalta. Nesse sentido, a paróquia conquista o coração de muitos moradores de Brasília, turistas e fiéis que ainda a frequentam desde os seus primeiros anos de funcionamento. 

A bibliotecária, arquivista e tradutora, Nilza Teixeira Soares, 96, conta que se mudou do Rio de Janeiro para Brasília em outubro de 1960. Assim que chegou na nova capital, ela passou a frequentar as missas e logo se engajou nas atividades da igreja, onde é ativa até hoje. A arquivista, referência no campo da arquivologia brasileira, trabalhou na área de pesquisa para históricos da paróquia, além de ter escrito a biografia do Frei Bernardo Cansi (entusiasta à Liturgia e à implantação da Catequese renovada em todo Brasil, membro da academia de letras de Brasília e fundador da Missa dominical transmitida pela TV Brasília).

Nilza se alegra ao relembrar de como foi uma das primeiras comunhões realizadas no templo, dia 29 de outubro de 1961. Segundo a bibliotecária, as crianças se arrumavam no Bar-restaurante, hoje conhecido como "Xique-Xique'' e atravessavam a rua para chegar na Igrejinha. "Todos saiam vestidos de branco e chamavam atenção das pessoas, que as apelidaram de anjinhos de Fátima", explica.

A bibliotecária conta que também acompanhou a restauração de Galeno na paróquia. Segundo Nilza, a obra ainda causa estranhamento em alguns fiéis, mas ela acredita que as pinturas remetem o amor de Nossa Senhora de Fátima pelos três pastorinhos e a infantilidade. Além de sua história, Nilza conta que tanto a arquitetura quanto as pinturas da paróquia são o que tornam o templo autêntico e significativo. "Me lembro de uma vez estar na missa com uma criança e ela ficou impressionada com a imagem de Nossa Senhora segurando uma pipa. Eu achei aquilo muito interessante!", ressalta.

Memória e tradição

Com sua história, arquitetura e simplicidade, o templo acabou se tornando um símbolo memorável principalmente para os pioneiros da capital. A aposentada Terezinha de Jesus, 83, declara que esteve presente durante a primeira missa da paróquia e se emociona ao relembrar de momentos que presenciou no dia da inauguração.

Segundo Terezinha, a expectativa com a abertura da igreja era tanta, que muitos candangos se alocaram em caminhões para assistirem o evento, pois não havia espaço o suficiente para a multidão ansiosa. "Muitas pessoas, principalmente senhoras, se emocionaram com a bênção realizada no templo e a mensagem do Papa, traduzida pelo Núncio Apostólico D. Armando Lombardi", recorda.

E por falar em tradição, muitos fiéis procuram a igrejinha Nossa Senhora de Fátima para a realização de cerimônias religiosas, como o caso de Joseane Prestes, 44, e Rônio Mota, 43, que se casaram na paróquia no dia 23 de maio deste ano. Segundo eles, por possuir uma pequena estrutura, a ideia do casamento na paróquia acabou sendo inicialmente descartada pelo casal. Porém, por se tratar de um lugar tão simbólico, Joseane e Rônio optaram por realizar uma cerimônia menor na igreja. Para eles, apesar da limitação de espaço e convidados, o casamento foi muito marcante para toda a família. "É um local tão agradável, que você acaba se sentindo abraçado.Toda a cerimônia tocou fundo nossos corações", completa.

A igrejinha Nossa Senhora de Fátima se destaca há 64 anos como um dos mais importantes cartões postais de Brasília e para este aniversário a Paróquia organizou uma programação especial em comemoração a data.

*Estagiária sob a supervisão de Samanta Sallum

 

 


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