Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carnaval Brasileiro sábado, 02 de setembro de 2017

CARNAVAL EM TIBAU: MATANDO A PAU

CARNAVAL EM TIBAU: MATANDO A PAU

(Publicada no dia 01.06.2015)

Raimundo Floriano

 

Carnaval de rua de Tibau

 

Tibau - encantado balneário potiguar

 

                        Neste ano de 2015, com a ausência das Escolas de Samba brasilienses, vivemos, em compensação, fenômeno inusitado, com o povão acorrendo espontaneamente a todas as armações de folia, sem patrocínio oficial, sem a intromissão do governo, na abolição definitiva – assim espero – do Carnaval plastificado.

 

                        Para mim, o Carnaval é festa de rua, com os blocos de sujos e troças gandaieiras surgindo de cada beco, de cada esquina, em cada viela. Foi assim que vi meus irmãos mais velhos e seus amigos saindo pelas ruas balsenses, entrando nas residências levando a alegria e também se reabastecendo de bebida e tira-gosto.

 

                        Cresci curtindo essa lembrança e tive a oportunidade, juntamente com Luiz Berto, de carregar o povão pelas superquadras de Brasília, enquanto durou a Banda da Capital Federal, até que autoridades governamentais tolhessem nossa aprontação, sob o pretexto de que, com nossa música, fazíamos barulho, prejudicando o repouso de figurões coroados da República.

 

                        Aprendi a tocar trombone visando apenas um objetivo: alegrar os desapercebidos que, sem condições financeiras de frequentarem salões de clubes sociais, fazem da rua seu espaço durante o período momesco. O flagrante abaixo mostra que realizei esse ideal. Numa segunda-feira de Carnaval, em 1979, pela manhã, voltava eu duma armação. Ao passar por Sobradinho, cidade-satélite de Brasília, vi um grupo que desfilava pelas ruas, dançando, cantando e pulando, ao som de reduzidíssimo instrumental: um surdo, um tarol com o couro furado, um reco-reco e latas. Desci de meu fusquinha e incorporei-me àquela moçada, o que ficou para sempre registrado:

  

                        Mas voltemos ao Carnaval Brasília/2015. 

                        Este ano, segundo avaliação da imprensa e da Polícia Militar, compareçam à Praça do Cruzeiro, onde se concentraram os blocos vindos de pontos diversos, mas de um milhão e quinhentas mil pessoas. As imagens abaixo dão duma ideia de como isso foi:

 

 

 

                        Lindo!! Maravilhoso!!! Desbundante!!!

 

                        Em todas as imagens pesquisadas, procurei, como quem procura agulha no palheiro, a figura imprescindível, indispensável, característica do Carnaval de minhas quimeras:

 

                        Sua Excelência, o Músico de Sopro!

 

                        E é agora que passo a me referir do Carnaval de Tibau!

 

Antonio Gomes e Raimundo Floriano

 

                        Há muito tempo, venho falando aqui no Maestro Antonio Gomes Sales, de Caraúbas (RN), que continua realizando, a meu pedido, um trabalho importantíssimo no resgate de partituras de marchinhas, frevos e sambas carnavalescos, em suas horas de folga, sem nada cobrar por isso. Até o próximo Carnaval, estaremos com 500 novas peças que, somadas às já digitalizadas, perfarão a marca de l.720, que serão colocadas à disposição de todos os músicos do Brasil e do Exterior, via Internet, e tudo isso grátis. Será nossa contribuição para o a perenidade da Música Carnavalesca Brasileira. Ei-lo aqui com a Banda de Música de Caraúbas, da qual é o Regente:

  

                        Pois bem, este ano, o Maestro Antonio Gomes foi convidado pelo Maestro da Orquestra Enrick Frevo para dar uma canja no Carnaval de rua de Tibau, e ele não se fez de rogado.

 

                        Tibau é um pequeno município potiguar à beira-mar, emancipado há 19 anos e com menos de 4 mil habitantes, sabendo estes aproveitar os bons momentos da vida. É o que se deduz vendo a população seguindo a Orquestra no Carnaval, com a participação de Antonio Gomes Sales, o primeiro saxofonista da esquerda para a direita.

 

Músicos e foliões tibauenses na Segunda-feira Gorda

 

                        No vídeo abaixo, gravado com celular na Terça-feira Gorda, a Orquestra interpreta o frevo de rua Cabelo de Fogo, composição de José Nunes, no qual se tem o prazer de apreciar o perfeito diálogo entre as palhetas e os metais:

 

 

                        Vocês notaram os foliões seguindo a orquestra? Verdadeiro bloco de sujos! É por isso que eu não me canso de proclamar: 

                        No Carnaval, Tibau matou a pau!

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