Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo quinta, 27 de fevereiro de 2020

CARNAVAL CARIOCA 2020 - VIRADOURO CAMPEÃ

 

Análise: Receita da Viradouro campeã foi conjugar estrutura e paixão carnavalesca

Escola de Niterói empoderou sua comunidade e investiu em excelentes profissionais para conquistar o título do Carnaval 2020
 
 
Viradouro surpreendeu público com sereia debaixo d'água na comissão de frente da escola Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
Viradouro surpreendeu público com sereia debaixo d'água na comissão de frente da escola
Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo
 
 

RIO — A conjugação de paixão e estrutura — nesta ordem — num projeto que sempre se entendeu coletivo explica o título da Viradouro. De volta ao Grupo Especial há apenas dois anos, a escola de Niterói apostou na valorização de seus componentes e da estrutura profissional, para chegar pela segunda vez ao topo do carnaval (a primeira foi em 1997, no entardecer da carreira de Joãosinho Trinta). Os ensaios dominicais na Avenida Amaral Peixoto — endereço do desfile na capital do antigo Estado do Rio — mostravam o empenho dos componentes na busca pela vitória.

 Do outro lado da Ponte, na Cidade do Samba, o barracão bem estruturado construía o conjunto alegórico mais imponente do ano. Com cronograma rígido - a Viradouro se planejou para terminar cedo o trabalho, concentrando-se em ajustes nas semanas anteriores ao desfile. E ainda se manteve a salvo do cenário de terra arrasada no orçamento de quase todas as adversárias: além de contar com o dinheiro da contravenção — via o presidente de honra, Marcelo Calil —, teve aporte de R$ 2,5 milhões da Prefeitura de Niterói.

(Aqui, uma lição para Liesa e as escolas cariocas, na hora das escolhas eleitorais. Na campanha de 2016, foram todas bater palma para o bispo Marcelo Crivella que, ao se sentar na cadeira de prefeito, virou as costas ao samba.)

CONFIRA: As notas de cada escola após a apuração do carnaval do Rio

Cada item da bula carnavalesca foi cumprido num desenho lógico pela Viradouro. As escolas têm dois diretores de carnaval - Alex Fab e Dudu Falcão —, um ótimo casal de mestre-sala e porta-bandeira — Julinho e Rute, nota máxima dois anos seguidos —, um dos melhores puxadores da festa — Zé Paulo Sierra — e um consagrado mestre de bateria — Ciça, campeão na Estácio. Talentos experientes que deram o suporte necessário aos carnavalescos Tarcísio Zanon e Marcus Ferreira, estreantes no Grupo Especial.

A dupla, aliás, foi contratada às pressas, para substituir Paulo Barros, que deixou a vermelho e branco intempestivamente, quando os principais profissionais estavam contratados. Os dois chegaram com três propostas de enredo — a que eles achavam menos provável de ser aceita terminou como a escolhida pela direção: a história das ganhadeiras de Itapuã.

Desde o fim do ano, a rádio corredor da folia apontava a Viradouro favorita, com o senão da posição no desfile — segunda de domingo — como obstáculo. Até nisso, a vitória dos bambas niteroienses tem utilidade: derruba o cacoete do júri da Liesa, de considerar dia e hora como critério de avaliação.

LEIA:Diferente das escolas do Rio, Viradouro contou com apoio milionário da prefeitura de Niterói

Em outra cidade da Região Metropolitana, a crueldade da derrota no desempate esconde virtudes importantes da Grande Rio. A tricolor de Caxias voltou-se à sua comunidade, diminuiu drasticamente o número de artistas e escolheu num personagem da cidade como enredo. Teve o melhor samba do ano e, não fosse a acidentada entrada do abre-alas, que atrapalhou a evolução, poderia ter finalmente chegado ao título. Bateu — de novo — na trave, mas está no caminho certo. A aposta em talentos de sua comunidade, como a porta-bandeira Taciana Couto (dona de 50 pontos do júri, ao lado do mestre-sala Daniel Werneck) o mestre de bateria Fafá e o puxador Evandro Malandro, pavimentou a recuperação da escola, 10º lugar em 2019. Porque carnaval campeão se faz com quem é apaixonado pelo babado.


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