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Os organizadores do Galinho lamentaram a mudança de local do bloco - tradicionalmente, desfilava entre a 201 Sul e o Setor de Autarquias -, mas usaram o som de marchinhas e do frevo para animar a festa
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O sábado de carnaval na área central de Brasília rendeu animação para todas as idades. No Complexo Cultural Funarte e no Eixo Monumental, os foliões aproveitaram a programação diversa. A festa começou com o bloco do Pintinho — que rendeu brincadeiras, confete e espuma para a criançada —, continuou com o desfile do tradicional Galinho de Brasília e terminou com uma folia voltada para o público jovem, no Maria Vai Casoutras.
Conhecido pela tradição de 28 anos em Brasília, o Galinho saiu às ruas, mas em local diferente. O bloco deixou o percurso pela 201 Sul e pelo Setor de Autarquias para embalar o Eixo Monumental ao som de marchinhas e muito frevo. Os organizadores do bloco estimaram o público em 15 mil pessoas, mas nem a Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF) nem a Polícia Militar divulgaram estimativas. A segurança atua neste ano com uma central de monitoramento instalada na Torre de TV, que reúne quatro forças do DF. Até o fechamento desta edição, o órgão não havia registrado ocorrências graves.
Fantasiadas com girassóis — itens que têm feito sucesso neste carnaval —, além das sombrinhas típicas do ritmo pernambucano em mãos, as irmãs Marleide Barbosa, 42 anos, e Mônica Barbosa, 43, nascidas em Recife, mataram a saudade de casa. “Quando não podemos ir até lá, ele (o carnaval) vem até a gente”, disse Marleide, moradora de Brasília há 20 anos. “Conseguimos aproveitar sem chorar pelo Galo da Madrugada”, brincou Mônica.
Quem também encontrou um pedaço de Pernambuco na festa foram a psicóloga Renata Lins, 33, e a contadora Helena Lins, 33, que pulam o carnaval pela primeira vez no Distrito Federal. Renata mudou-se para Brasília há seis meses e convidou a prima para curtir a folia. Mesmo não sendo fã de carnaval, Helena aproveitou para conhecer o da capital. “Estou amando. É muito mais tranquilo do que em Recife. Aqui, consigo curtir e até usar o celular para fazer foto”, contou.
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A banda feminina do bloco Maria Vai Casoutras agitou os foliões com instrumentos de percussão
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A PM fez revistas a cada bloco: até o fechamento desta edição, não foram registradas ocorrências graves
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Doações
O grupo de líderes de torcida Brasília Xtreme também passou pelo bloco, mas não tanto para curtir a festa. O avô da treinadora da equipe, Luiza Brasiel, faz parte da organização do bloco; por isso, o time aproveitou para fazer cartazes pedindo apoio para pagar os gastos da viagem para o campeonato mundial da modalidade em Orlando, nos Estados Unidos. No ano passado, o grupo foi escolhido na competição nacional em São Paulo e, agora, tenta juntar o dinheiro necessário para participar do evento internacional.
A atleta Vitória de Sousa Costa, 21, integrante do grupo, conta que cada integrante da comitiva tem um custo médio de R$ 7 mil. Ela apareceu nas ruas do Eixo Monumental com um cartaz escrito: “Doe um real e nos leve ao mundial”. “Os gastos são muito altos, e a equipe não vai conseguir ir sem ajuda, pois não temos apoio do governo. Por isso, estamos procurando formas de ajudar a pagar a viagem”, relatou.
A organização do Galinho lamentou a dificuldade para sair às ruas neste ano e a troca do local de desfile. Fundador e presidente do bloco, Romildo de Carvalho Júnior contou que a alteração chateou o grupo. “Gerou uma mudança forte para a gente, mas fizemos um carnaval que tínhamos de ter feito. Reinou a alegria. Não houve histórico de coisas ruins, e a nossa preocupação foi de mostrar o frevo e marcar o nosso trabalho cultural”, comentou.
Batuques
O Maria Vai Casoutras começou no fim da tarde e seguiu pela noite de ontem, animando o público assim que o Galinho deixou a avenida. Em um palco montado no estacionamento da Funarte, a banda feminina que leva o mesmo nome do bloco empolgou o público ao som de batuques efervescentes. A Secretaria de Cultura preparou uma festa para 50 mil pessoas, mas não houve divulgação do número de participantes por parte dos organizadores.
Entre um bloco e outro, o público passou por revista e, até o início da tarde, o clima se manteve tranquilo. Depois das 18h, as famílias na folia diminuíram e predominaram grupos de jovens. Davi Silva, 37, sempre passou o carnaval em Brasília e contou que não troca a cidade por nenhuma outra. “Não tem carnaval melhor que o daqui”, elogiou. Acompanhado de Catarina, boneca que o acompanha a toda a parte, o artista de rua disse que não tinha previsão de deixar a festa. “Estou dependendo dela”, completou.
Meteorologia
A tendência para hoje é de estabilidade no tempo, apesar da previsão de chuvas. O dia será de céu parcialmente nublado a encoberto, com possibilidade de pancadas e trovoadas isoladas. A temperatura mínima será de 18ºC, com a máxima podendo chegar a 29ºC. A umidade varia entre 50% e 95%.