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Cantora e bailarina integra campanha da prefeitura de Recife pelo respeito à mulher, sobretudo no carnaval
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A cantora e bailarina Gretchen esteve em Brasília para o Bloco dos Memes, do qual é musa e inspiração do público LGBT, e deu a largada no carnaval brasiliense. No palco, aclamada entre os clássicos Conga La Conga, Melô do Piripiri e Freak Le Boom Boom, a rainha do bumbum falou sobre o orgulho do filho trans Thammy Miranda. E mandou um recado para quem acha que a melhor forma de evitar a gravidez na juventude é a abstinência sexual —como pregam setores do governo: a melhor forma de prevenção é usando camisinha.
“Como nós somos donas do nosso corpo, a gente opta correr o risco de ficar grávida ou não. Então, esse negócio de abstinência acho um pouco pesado. Mas é lógico que um jovem não vai fazer abstinência. Eu acho que é mais prático a gente usar a camisinha, que vai ser, com certeza, uma forma de evitar a gravidez sem fazer abstinência. Porque não tem como, não é?”, afirmou Gretchen ao Correio, em show na 201 Norte.
Ela é a estrela da campanha da prefeitura de Recife e marca presença na capa do Pequeno Manual Prático de Como Não Ser um Babaca no Carnaval. A cantora criticou a postura machista e defendeu a liberdade sexual. “Esse é o momento (carnaval) em que a mulher é mais assediada. Ela não tem a liberdade de estar em um lugar que, com certeza, alguém vai passar a mão, alguém vai querer beijar à força, e isso não pode acontecer. Ainda bem que agora isso é crime. Mas, independentemente disso, eu acho que o homem tem que proteger a mulher. Aproveitar toda essa força que ele tem para cuidar, não para assediá-la”.
Durante a apresentação, Gretchen fez outras militâncias. Entre um rebolado e outro, a cantora provocou e disse que quem achasse que estava velha demais para usar qualquer tipo de roupa, que “estava apenas começando”. O público aprovou.
“Eu saí para todos os dias de pré-carnaval e não estive em um ambiente assim. Hoje, eu não sofri assédio, não tive medo de perder meu celular, não tive medo de usar minha fantasia. Carnaval é isso. É poder ser quem eu quiser, sem medo, e me divertir e rebolar se eu quiser com meus amigos”, pontuou Maria Júlia, 23 anos, estudante de ciências ambientais, concordando em gênero, número e grau com Gretchen.