Após dois anos sem folia, os moradores do Distrito Federal terão o primeiro fim de semana de pré-carnaval. As farras iniciaram, nesta sexta-feira (3/2) e seguem até domingo (4/2). Hoje, uma das principais atrações fica por conta do tradicional bloco Suvaco da Asa, que vai se apresentar no Eixo Cultural Ibero-Americano (antiga Funarte), de graça. Ao Correio, o diretor do bloco, Pablo Feitosa, afirmou que a expectativa para a festa é a melhor possível. "Teremos o prazer de abrir o carnaval de Brasília de novo. Voltar a fazer folia, depois de um tempo tão difícil — como foi a pandemia —, é maravilhoso", destacou.
A Secretaria de Mobilidade (Semob) disponibilizará 200 ônibus extras, além da frota normal, para rodarem nas ruas do DF durante o carnaval. Os veículos circularão até duas horas depois do encerramento dos blocos.
Encontro
Na quinta-feira, ocorreu a terceira reunião sobre o carnaval, que foi liderada pelo secretário de Governo, José Humberto Pires de Araújo, e contou com a participação de todos os órgãos envolvidos na organização da folia. O gestor afirmou que um total de 22 secretarias, além das administrações regionais, estão comprometidas com a realização da festa. "Dezoito pontos estão sendo trabalhados, com destaque para a Segurança Pública, o financiamento do evento, a localização dos blocos e a campanha publicitária com mensagem de paz", acrescentou.
SAIBA MAIS
Reivindicações
Apesar do esforço anunciado pelo governo, existem reclamações por parte dos produtores culturais do DF. Os blocos independentes reclamam da falta de diálogo com a Secretaria de Cultura do DF, da falta de recursos e estrutura, do excesso de burocratização de documentos solicitados e do recente decreto assinado pela governadora em exercício, Celina Leão (PP), sobre nova regulamentação para o carnaval de Brasília.
Outra reclamação está no financiamento, segundo Letícia Helena, coordenadora da campanha Folia com Respeito. "Grande parte dos blocos não foi contemplada com o FAC, o que é um erro. O financiamento tem que ser mais direto para a manutenção dos blocos. O Menino de Ceilândia, por exemplo, não foi aprovado e tem um histórico de levar o carnaval para Ceilândia há muitos anos", afirmou.
As demandas foram levadas ao deputado distrital Max Maciel (PSol), no início da semana. Entre os encaminhamentos da reunião, ficou definido que os blocos ficariam responsáveis por levantar o recurso real disponível para o carnaval do DF. "Outra demanda é que vamos estimular a Câmara Legislativa a realizar um seminário, para organizar melhor o Carnaval no DF em 2024. Da forma como foi feito este ano, foi muito ruim para esses blocos", avaliou o parlamentar.
A reportagem procurou a Secretaria de Cultura para falar sobre as reclamações. De acordo com o órgão, embora haja mais de 200 blocos no DF, somente 54 efetuaram inscrição na linha Jeito Carnavalesco. "Após as etapas de mérito e admissibilidade, 34 projetos foram contemplados", destacou, em nota, a Secec.