Muito se fala na política do pão e circo como crítica ao investimento feito pelos governos em atividades de cultura e lazer para a população. Natural, uma vez que a expressão nasceu da crença, lá nos primórdios da civilização, em Roma, de que oferecer diversão tratava-se de um método de manipulação de massas para que o povo se desinteressasse dos bastidores políticos e desse atenção apenas às festas. Mas cabe aqui trazer luz ao artigo primeiro da Constituição Federal, que diz que "todo o poder emana do povo". E, assim sendo, é a ele que os representantes eleitos para representá-lo devem agradar. Com saúde, educação, segurança, saneamento básico, trabalho, moradia e — por que não? — lazer!
Mas o pensamento não é unanimidade. Muitas pessoas torcem o nariz para os festejos de Momo, sob diversas alegações. É preciso respeitar quem tem esse sentimento contrário. Por outro lado, não dá para negar que o carnaval é mais do que carnis levale, o termo em latim original que se refere ao período para as pessoas extravasarem seus desejos antes de iniciarem a Quaresma. Estamos falando da maior festa popular do Brasil, reverenciada pelo mundo todo, que valoriza a nossa cultura, estimula a classe artística, atrai turistas de todos os cantos do planeta e movimenta diversos setores da economia.
Sendo assim, que todos celebrem o carnaval, caindo na folia ou não. Se você não curte bloquinhos de rua nem desfiles de escolas de samba, está tudo bem: aproveite os dias de folga no período para descansar, colocar aquela série em dia, rever quem ama, não fazer absolutamente nada. Agora, para quem gosta da farra, chegou a hora de se jogar na alegria. Vista sua fantasia, encha seu corpo de glitter e purpurina, abasteça os pulmões de muito amor e vá para a rua. Só não pode esquecer de beber água e não dirigir se ingerir álcool. Use camisinha e lembre que depois do "não" é assédio. Boa festa!