Qualquer tentativa de tirar avaliações do empate sem gols entre Fluminense e Vasco ficou prejudicada em uma partida que ganhou contornos de luta livre, debaixo de chuva no segundo tempo e recheada de cartões. Uma arbitragem questionável desagradou os dois lados e conduziu um encontro no qual o cruz-maltino foi mais agressivo e objetivo, contra um tricolor que teve múltiplas faces ao longo dos 90 minutos, mas sequer terminou com Fernando Diniz — expulso — à beira do campo. O clima quente deu o tom de um clássico com três expulsões e sem muitos momentos inspiradores.
A ausência de última hora de Keno, por conta de um problema no calcanhar esquerdo, sugeriu um aperitivo promissor para o arranjo no campo: observar como Renato Augusto e Ganso atuariam juntos desde o começo, em um desafio de mais peso. Porém, como é natural na passagem ainda recente do camisa 20 pelo Fluminense, faltou coordenação com os companheiros ao redor.
Jhon Arias foi lúcido em campo e chegou a levar perigo ao gol de Léo Jardim, mas pareceu isolado pela direita, e sentiu a ausência do camisa 11. Ao mesmo tempo, Renato começou jogando mais pela esquerda, o que não fez muito efeito e o fez passar em branco durante o jogo. Ritmo de jogo ainda será necessário para as novas peças desta temporada se encaixarem.
Expulsões mudam jogo
Explorando essa fraqueza e uma defesa que oferece espaços pelo modelo de controle de bola em linha alta, o Vasco foi para cima e teve um começo bem agressivo, contando com o ímpeto de seus alas no esquema de cinco defensores montado por Ramón Díaz. O atacante David logo mostrou que incomodaria bastante em transições.
Quem mais impediu os lances de perigo cruz-maltino foi Thiago Santos, que sofreu um pouco com Vegetti nos primeiros enfrentamentos, mas depois acertou sua cobertura e fez partida elogiável. O Flu tampouco parou de criar, e obrigou Léo Jardim a fazer boas defesas, mostrando sua consistência, mas o Vasco foi mais perigoso. O zagueiro Léo chegou a acertar uma bola no travessão.