Por mais que o Flamengo tenha ficado com a vaga na final do Carioca — a sexta seguida — após o empate em 0 a 0 com o Fluminense, ontem, no Maracanã, pode-se dizer que o clássico, bem disputado, deixa sinais positivos para as duas equipes.
Para o rubro-negro, a partida confirma que o time já tem a cara de Tite: uma equipe que não vai apresentar um futebol encantador sempre, a exemplo do jogo de ontem, mas tem certeza que é extremamente competitiva e muito difícil de ser batida ou sequer vazada.
Flu com boa postura
Mesmo com as tentativas de Fernando Diniz de lançar seu time para cima, o tricolor teve poucas chances de perigo efetivo. Ainda assim, vale destacar a melhora de postura com a bola no pé do tricolor. Ao contrário do que aconteceu no jogo de ida, o Fluminense, com uma escalação ousada desde o pontapé inicial, foi para cima do Flamengo e conseguiu trocar passes e triangular. Embora o rubro-negro tenha jogado com o “regulamento embaixo do braço”, pela larga vantagem que construiu (2 a 0), o time de Diniz fez o que se espera dele e encerrou sua participação no estadual sem o sonhado tricampeonato — e o 13º clássico seguido sem vencer—, mas otimista com a longa temporada que está por vir.
Como precisava de uma vitória larga para ir à final, o Fluminense começou o jogo com a proposta de empurrar o Flamengo para trás, o que talvez justifique a escolha de Diniz por Marquinhos, que é ponta e canhoto, na lateral direita, e André na zaga. Além disso, o tricolor também esteve mais ativo na marcação, com a iniciativa de dar botes no campo de ataque e pressionar o rubro-negro. Quase deu certo com John Arias, que roubou a bola de Ayrton Lucas quase dentro da área, mas não teve ângulo para finalizar.
Já Tite escalou um Flamengo menos propositivo do que o normal. Bem postado, o time esperou que o Fluminense errasse para contra-atacar. Assim, teve ótima chance após roubada de Pulgar já no campo de ataque, que terminou nos pés de Pedro. O centroavante finalizou rasteiro para boa defesa de Fábio.
Com o zero no placar, o destaque da primeira etapa ficou por conta do gol anulado de Pedro. Keno foi desarmado na entrada da grande área do rubro-negro, Arrascaeta saiu no contra-ataque e deu lindo passe de trivela para o camisa 9 marcar. No entanto, com auxílio do VAR, Wagner do Nascimento Magalhães assinalou falta no camisa 11 tricolor no começo da jogada.
— O juiz estava em cima, não entendi muito bem. Em câmera lenta a maioria dos lances vão ser falta. Mas não temos que reclamar, e sim focar no nosso jogo — disse Pedro na saída para o intervalo.
De maneira geral, o segundo tempo teve o mesmo script do primeiro. Apesar do Fluminense ter tido volume no campo ofensivo, a verdade é que o Flamengo pouco sofreu com chances concretas de gol do adversário. A melhor oportunidade do tricolor foi com Renato Augusto, que carimbou o travessão de Rossi em belo chute de longa distância. O camisa 20, aliás, foi um dos melhores jogadores na partida, junto de Marquinhos e do zagueiro Manoel, que foram seguros defensivamente e ajudaram na construção ofensiva.