Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

José de Oliveira Ramos - Enxugando Gelo quinta, 13 de dezembro de 2018

CARA DE PEIDO

 

CARA DE PEIDO

Raimundo José mudou para a lua para não ser conhecido como “Cara de peido”

O dia foi 13 de maio de 1888. Foi quando a Princesa Isabel assinou “Lei” que aboliu e libertou oficialmente os escravos de muitos lugares do Brasil. Chamaram aquela Lei, de “Lei Áurea”.

Mas, muitos não sabem que, foi em Redenção, município cearense que, naquela época atendia pelo nome de Acarape, que a iniciativa foi tomada primeiro para “ABOLIR” os escravos naquele Estado. E isso aconteceu no dia 1 de janeiro do ano de 1883.

O Ceará foi vanguarda. Foi pioneiro.

Mas, com certeza você não sabe que, é exatamente o Ceará onde é mais arraigado o preconceito racial, e onde se diz que, “negro e nada é a mesma coisa”.

Você sabia que, confirmado pelas entidades de maior representatividade e credibilidade, em todo povoado, cidade ou Estado do mundo tem cearense?

Você sabe que tem cearense morando até na lua?

Tem cearense morando até na Baixa da Égua, aquele lugar que muitos mandam os outros irem, mas nunca quer tomar a iniciativa de ser o primeiro a “pegar” o caminho sem volta para a Baixa da Égua.

E, já foi até descoberto que, o cearense que resolveu mudar para construir a vida na lua, trabalhando como Garçom, nasceu em Aracoiaba, cidade que faz parte da serra do Baturité. E o nome dessa figura é Raimundo José dos Zanzóis Pereira, que um dia fez parte da população oficializada pelo IBGE, quando do censo demográfico de 2004, que contabilizou exatas 24.405 pessoas, incluindo Raimundo José entre essas, pois o dito cujo, no mesmo dia da visita do “homem” do IBGE, saiu para comprar Cibazol na bodega do Emerenciado e nunca mais voltou. Depois mandou um telegrama pelos Correios, afirmando que estava morando na Lua. E tá mesmo!

No telegrama escrito à lápis, Raimundo José contou que, mudou para a lua para fugir das mangações do povo de Aracoiaba, que, de uma hora para outra, sem motivo aparente, resolveu apelida-lo de “Cara de peido”.

Para a lua, “Cara de peido” levou consigo, uma panela velha de alumínio Ironte, uma colher de pau, uma quenga de coco, sal em pedra, pimenta do reino, um corrimboque com rapé de fumo e imburana, um penico de ágata, um caneco prumode beber água, uma quartinha, um landuá para pescar traíra, farinha seca, açúcar mascavo, uma lata para fazer café, e um prato, além de uma faca peixeira e fósforo para acender o fogo todo dia.

“Cara de peido” disse que está se sentindo em casa, pois na lua não chove, o que não é diferente da sua terra. Para ter companhia, levou uma cigarra, um grilo, o casal de sapo (e garante que já vão nascer sapinhos), um tiziu e o seu famoso pombo correio, portador da sua correspondência com os familiares quando os Correios entram em greve, ou quando as tarifas das postagens são aumentadas.

Raimundo José não gostou mesmo do apelido que lhe puseram, pois afirma que, embora não seja bonito, nunca soube que peido tivesse cara, e lamenta:
– Se fosse pelo aumenos “Cheira peido”!!!!

“Cara de peido” informou na última missiva trazida pelo pombo, que na lua ninguém paga IPVA e as ruas e avenidas são cheias de buracos, mas ninguém reclama, pois ninguém tem carro.

Lamentou, também, que naquele mundão de planeta já tenha chegado a corrupção. E descobriu isso quando recebeu oferta pela colônia de grilos que criou, pois o comprador queria fazer inseminação com algumas cigarras que animam as festas noturnas.

O comprador interessado propôs aumentar o preço, pois precisava dividir uma propina com alguém que está vendo o sol nascer quadrado, e vai ficar sozinho no mundo da LULA…. ops! No mundo da lua!


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