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Daniel e Pedro foram convidados por Eric Clapton para tocar no festival de jazz e blues no Texas (EUA)
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O talento dos músicos brasilienses continua sendo reconhecido no exterior. Uma prova disso é o convite recebido pelos violonistas e guitarristas Daniel Santiago e Pedro Martins para participar do Eric Clapton’s Crossroads Guitar Festival, que será realizado em 20 e 21 de setembro, em Dallas, nos Estados Unidos.
No evento, os instrumentistas e compositores candangos estarão ao lado de 32 atrações internacionais, nomes consagrados do rock, do jazz e do blues internacional como Jeff Beck, Peter Frampton, Robert Cray, Sheryl Crow, Kurt Rosenwinkel, Gustavo Santaollala e Buddy Guy, Los Lobos e, claro, Eric Clapton, uma lenda viva da música pop.
Simbiose, álbum de Daniel e Pedro, lançado em 2018, foi o que levou os dois a serem convidados para tomar parte do festival. “Em janeiro, Kurt Rosenwinkel ligou para o Pedrinho e disse que Eric Clapton tomou conhecimento do nosso disco, ouvindo-o em plataformas digitais. No final de fevereiro, fomos formalmente convidados, via e-mail do próprio Clapton. Na quinta-feira passada, recebemos a programação, enviada pela produção”, relata.
Amigos há 12 anos, Daniel e Pedro passaram a desenvolver uma relação artística logo que se conheceram pessoalmente. “Eu já estava morando no Rio de Janeiro quando em 2007, o Pedrinho me procurou. Disse ser admirador do meu trabalho, que conhecera em Brasília, ao assistir uma apresentação minha com o Hamilton de Holanda”, lembra Daniel. “À época, ele tinha 14 anos e ao ouvi-lo percebi que estava diante de um talento precoce e raro. Passamos então a manter contatos frequentes. Quatro anos depois produzi e participei, tocando violão, do primeiro disco dele, intitulado Sonhando alto, lançado em 2011”, acrescenta.
Teatro Mágico
Em seguida, Daniel, já como integrante e diretor musical da banda paulistana Teatro Mágico, levou Pedro para se juntar ao grupo, no qual ficou por apenas um ano. “O Pedrinho havia decidido se dedicar a projetos individuais. Em julho de 2015, ele venceu o Socar Guitar Competition da 49ª edição do Festival de Jazz de Montreux, na Suíça. Entre os jurados estavam John Mc Laughlin e Kurt Rosewinkel. Depois, Kurt o chamou para uma gravação em Londres e aí o Eric Clapton apareceu no estúdio”, conta.
Músico da geração posterior à de Hamilton de Holanda, Daniel, hoje com 40 anos, tem como contemporâneos o baixista André Vasconcellos, o violonista Rogério Caetano e o gaitista Gabriel Grossi. “Ao deixar Brasília e ir para o Rio de Janeiro, me integrei ao grupo Brasilianos, liderado pelo Hamilton. Com ele, gravei vários discos, diversas turnês e incontáveis shows. Compusemos também a Sinfonia Monumental comemorativa dos 50 anos de Brasília”, relata.
Daniel aguarda o retorno de Pedro Martins, que está na Europa fazendo shows de lançamento do Vox, o segundo CD solo. “Quando ele voltar, vamos trocar ideia sobre a participação no Eric Clapton’s Crossroads Guitar Festival, que é algo de grande importância, principalmente em razão do reconhecimento do nosso trabalho; mas também pela oportunidade de estarmos lado a lado com alguns músicos que temos como referência”, destaca.
Recentemente, o violonista gravou com Hamilton de Holanda o álbum Harmonize, que será lançado em breve. “No segundo semestre do ano passado, lancei Union, meu terceiro disco solo, com a participação do Pedrinho, inclusive na produção. Antes de viajar para a Europa, ele esteve comigo no show com base nesse trabalho, que fiz no Sesc Pompéia”, comenta. “Em 25 de maio, voltamos a nos encontrar no palco, num show em homenagem a Milton Nascimento, no Sesc da 24 de maio, também aqui em São Paulo, onde moro há quase uma década”, adianta.
“Em janeiro, Kurt Rosenwinkel ligou para o Pedrinho e disse que Eric Clapton tomou conhecimento do nosso disco, ouvindo-o em plataformas digitais”
Daniel Santiago, músico