A uma semana do início do Brasileiro, o futebol nacional conhecerá uma boa parte dos seus campeões estaduais. Uma maratona de decisões que começou nas duas últimas semanas — com a definição dos títulos baiano (para o Bahia) e maranhense (para o Maranhão) — e que terá hoje e amanhã mais 12 equipes levantando a taça.
Mesmo não servindo como parâmetro para os títulos mais importantes da temporada, os Estaduais seguem valorizados pela rivalidade local. É o que motiva Grêmio e Fortaleza, hoje. Se o Caxias não representa um rival de peso, a chance de chegar a seis títulos consecutivos torna a vitória tão importante para a torcida tricolor, às 16h30. Seria a terceira vez na história que o clube conquistaria o hexacampeonato — e manteria viva a meta de alcançar a sequência de oito que só o Inter possui (entre 1969 e 1976).
— Título é título. Não importa se é no começo, no meio ou no fim do ano. Dá tranquilidade maior para os jogadores trabalharem. É sempre bom chegar nas duas competições nacionais conquistando o regional — afirmou o técnico gremista Renato Gaúcho.
12 Estaduais serão decididos neste fim de semana — Foto: Editoria de arte / O Globo
A conquista pode ficar marcada ainda por ser a primeira de Luis Suárez como capitão. O uruguaio, que já chegou no Grêmio sendo campeão da Recopa Gaúcha, não usava a braçadeira no primeiro título. Com a lesão de Kannemann, assumiu a função devido a sua liderança técnica e o bom relacionamento com o grupo.
No primeiro jogo, em Caxias do Sul, 1 a 1. Agora, o Grêmio conta com o fator casa para levar o hexa. Em caso de nova igualdade, a decisão será nos pênaltis.
Vantagem maior tem o Fortaleza, que faz uma final mergulhada na rivalidade. Se vencer ou empatar com o Ceará, às 16h, no Castelão, conquistará seu primeiro pentacampeonato cearense. Uma sequência só alcançada pelo rival nos primórdios do torneio (entre 1915 e 1919), o que só aumenta também a motivação do adversário para reverter a derrota por 2 a 1 no primeiro duelo.
— Creio que vai ser um espetáculo muito bonito, as duas torcidas vão fazer um grande show nas arquibancadas. E que nós, dentro de campo, possamos ter sabedoria para levar o clássico da melhor maneira. Vale um pentacampeonato. Todos nós sabemos que em 105 anos isso nunca aconteceu — comentou o meia Thiago Galhardo, do Fortaleza.
Como se a ameaça do penta do rival não fosse combustível suficiente, o Ceará ainda precisa evitar que o Fortaleza o ultrapasse como o maior colecionador de títulos estaduais. Com as últimas quatro conquistas, o Tricolor igualou o Vozão em 45 taças para cada um.
O único ponto a favor do Ceará na disputa de hoje é o aspecto físico. Enquanto pôde se preparar durante toda a semana, o Fortaleza estreou na Copa Sul-americana, na última quarta, diante do Palestino-CHI (goleada por 4 a 0, em casa).
— Para esse jogo, não vamos entrar como no primeiro. Entramos abaixo em relação aos outros clássicos. Agora, com todo mundo descansado, vai ser diferente. Não vai ser nem a 100 (quilômetros) por hora, vai ser a 200 — prometeu o volante Caíque, do Ceará.
Derrotado pelo Água Santa (2 a 1) na primeira partida da final do Paulista, o Palmeiras foi com um time quase todo reserva para altitude de La Paz-BOL, onde acabou superado pelo Bolívar. O mesmo fez o Flamengo em Quito-EQU após vencer o Fluminense (2 a 0) no jogo de ida da decisão do Carioca. Resultado: sofreu sua primeira derrota numa estreia na Libertadores depois de nove anos.
Dos 24 finalistas de hoje e amanhã, dez jogaram no meio da semana. Destes, quatro fora do país. Ao contrário de Fla e Palmeiras, o Athletico e o Fluminense não atuaram com time reserva. Ambos jogaram em Lima-PER, pela Libertadores. Enquanto os tricolores venceram o Sporting Cristal, os paranaenses arrancaram um empate com o Alianza Lima. Voltaram ao Brasil mais cansados, é verdade. Mas também mais motivados.