A doméstica Sandra Lima contava como é difícil enfrentar o verão na região:
— Me dá uma leseira, uma vontade de só ficar no ar... Se pudesse, nem saía de casa — dizia.
O soldador José Fernandes, que, no dia a dia já enfrenta um calorão, contou que, nas horas de folga, não quer saber de temperaturas altas. Prefere investir no ar-condicionado, mesmo que se assuste com a conta de luz depois.
— Eu chego a tomar três banhos por dia e caio direto no quarto com ar-condicionado ligado, sem nem me enxugar. Não quero nem ver a conta de luz depois! — brinca.
Nem sempre dá para manter o bom humor com as altas temperaturas. Na emergência do Hospital Carlos Chagas, em Marechal Hermes, alguns pacientes esperavam atendimento porque tiveram queda de pressão e mal- estar causados pelo calor.
No local, que está sem ar-condicionado e sem água nos bebedores, pacientes se queixavam da falta de infraestrutura. Parentes dos doentes foram obrigados a levar ventiladores para tentar aliviar um pouco o calor nas enfermarias.
A designer de sobrancelhas Tatiane Faria, que chegou na sexta-feira à unidade com a sobrinha de 3 anos, com pneumonia, disse que a temperatura superava os 40 graus.
— O pior é que eles não dão satisfação, não dizem se o ar vai voltar a funcionar, ou não. Só me pediram para trazer ventilador de casa — disse Tatiane, revoltada.
Segundo o site G1, a falta de ar-condicionado se repete em enfermarias do Hospital Getulio Vargas, na Penha.