Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Domingo – Dia de Matinê no Cinema Local domingo, 05 de setembro de 2021

CABARET - UM FILME DENÚNCIA, POLÍTICO E MUSICAL

 HOJE: UM FILME DENÚNCIA, POLÍTICO E MUSICAL

CABARET (UMA RARA JOIA MUSICAL)

Gentileza do colunista D.Matt

 


É  muito difícil catalogar esse filme somente como musical. Ele pode ser classificado como Drama musical, Denuncia politico nazista,  Drama  contra o preconceito racial,  ou um pequeno estudo sobre o comportamento sexual dos personagens em todos os sentidos.


Não é uma estória inédita, pois o autor primário  da estória em que foi  baseado o  roteiro final, da autoria de CRISTOPHER ISHERWOOD,, já havia utilizado essa história e acontecimentos na época retratada,  em obra de sua autoria entitulada  I AM A CAMERA "   procedente de sua obra "( The Berlin Stories ) que foi lançada primordialmente em uma peça teatral e depois levada às telas pelos americanos  num filme estrelado por Julie Harris, Lawrence Harvey e Shelley Winters, com algumas diferenças e variações  dentro do tema principal, mas sempre conservando a sua origem procedente de  ( The Berlin Stories ), inclusive usando o nome da personagem principal (Sally Bowles); numa produção americana de 1955 , num filme preto e branco. 

O maior acerto dos produtores do filme, antes da contratação do elenco, foi entregar a direção ao talentoso BOB FOSSE, que  procedente da Broadway, já tinha  grande experiência com a peça e  como coreografo de talento reconhecido, só precisava de grandes astros  para levar à tela essa obra  importante,  à um grande acontecimento musical, cinematográfico.  Isso ele o fez com grande talento e muita criatividade.


Os acontecimentos que ocorriam  na Alemanha , na época de implantação do regime nazista são mostrados, não como denuncia, mas como fatos normais ocorridos diariamente, para um povo simpatizante do regime nazista que eles acreditavam estar  criando um país mais poderoso , um exemplo para o mundo exterior,  e no  qual o povo acreditava realmente na sua superioridade  racial, conforme demonstram no filme, com  o canto  de um hino Nazi, por um jovem , portando uma suástica Nazi e com  grande   orgulho patriótico dos demais presentes, quando ele  canta o hino " Tomorrow belongs to me "   Excelente cena de grande efeito.  Para completar o  seu  patriotismo eles precisam demonstrar  o seu preconceito exacerbado contra todos os Judeus, esquecendo- que "Os Judeus" também eram  todos alemães e por certo também patriotas.


A montagem do filme foi perfeita, pois depois de cada acontecimento na vida berlinense, ou  na vida dos personagens do filme,  tal   acontecimento é " encenado " no palco do  Cabaret, levados aos extremos do ridículo, narrado e debochado pelo excelente apresentador , numa criação magistral do grande ator JOEL GRAY, que  repetiu o seu ótimo trabalho, ,pois já havia criado o personagem na Broadway.  Grande parte do sucesso do  filme e das boas críticas é devido a  performance desse grande ator, que quando está em cena, rouba toda a  atenção dos espectadores do filme.

As cenas se sucedem e todas são  " encenadas " de modo debochado no palco do Cabaret  KIT KAT CLUB ,  algumas  com excelentes resultados, como quando a  personagem Sally Bowles  trava relações com  um milionário, e no palco do Cabaret é encenada uma joia musical de grande impacto visual e auditivo,  com o show de " Money, Money, Money " de forma magnífica e rítimo alucinante, com expressões faciais dos cantores de forma  admirável.  Também. quando uma estória paralela de preconceito  contra a comunidade judaica é apresentada, no palco é encenada uma apresentação comovente com o mestre de cerimônias descrevendo o seu amor por um " monstro " e confessando que a ama  , porque ela é maravilhosa e nem todos a conhecem etc...).


O elenco é  primordial para o grande sucesso do filme, pois quem poderia  criar uma Sally Bowles, anárquica, com comportamento imprevisível de grandes olhos pintados bem arregalados, unhas pintadas de verde  e  creiam tudo combina perfeitamente,  nada  está  supérfluo, tudo se encaixa nos mínimos detalhes.  Sua  vontade de vencer e um dia ser uma grande estrela de cinema   nesse submundo  alemão, cercado de imundícies  e preconceitos comportamental é jogado ao léu e viva-se   todo o momento presente que o futuro ainda não chegou para  produzir enormes pesadelos previstos.

 
Michael York, Marisa Berenson   são personagens que estão " vivos " dentro da estória, têm credibilidade aprovada,  como todos os demais são competentes e dão seu recado corretamente.
Joel Gray está estupendo, merecia dois Oscars, pois o seu trabalho vale por dois. 


Berlin está viva no filme, talvez devido a que grande parte do filme foi filmada na Alemanha.

O filme recebeu muitas indicações e saiu vencedor de 8 prêmios Oscar, ou sejam :
Melhor  Diretor - Bob Fosse 
Melhor Atriz - Liza Minneli
Melhor Ator Coadjuvante -  Joel Gray
Melhor Fotografia
Melhor Direção de  arte 
Melhor Trilha sonora
Melhor montagem
Melhor Mixagem de som 


A parte musical defendida com muita fibra pela atriz cantora Liza Minneli   é de grande impacto, seu carisma é inconfundível, sua presença , quando no palco, cresce de maneira monumental e  assistimos um grande trabalho, não só vocal, como também a sua postura corporal, perfeita nos mínimos detalhes, não deixando dúvidas de que estamos diante de uma grande estrela,  ela demonstra grande valor próprio e não precisa ser citada como a filha da grande estrela Judy Garland de  bela memória. 

A Alemanha mostrada no filme, principalmente o cotidiano de Berlin, não está fantasiado, nem de luxo ou de pobreza, mas sim cenas da vida normal, mostrando inclusive o modos de vida de um milionário, com seus carros de luxo, seus palácios e muito dinheiro para ostentar. Não sendo portanto uma estória  com o intuito de mostrar um pais com a mão pesada dos nazis, no nascedouro  da ditadura  antes da guerra.


Cenas de violência pre nazis acontecem, mas  não são mostradas com o  intuito de 
nos  chocar e criar  momentos negativos.


 O filme não pode ser classificado apenas como um musical. É um drama com cenas musicais, um filme que pode ser também classificado como um clássico.  Uma bela estória, ótimos atores, boas músicas e  um retrato de uma época que não  deixou grandes e boas lembranças. Entretanto o filme  que certamente ficará na nossa lembrança como uma  válida  e importante produção cinematográfica que infelizmente não mais  serão produzidos com a mesma mestria dos bons tempos.

Como disse o mestre Joel Gray, 
Auf wiedersehen Strangers.

 


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