SÃO PAULO — Um coro de quatro minutos ecoou quando Jimin, Jungkook, RM, Jin, V, J-Hope e Suga subiram ao palco do Allianz Parque, em São Paulo, neste sábado, com direito a samba no pé e referência a "juntos e shallow now" no fim. O show começou pontualmente às 19h, sem apresentação de abertura.
A recepção com reverência e a devoção na forma de três meses de fila , objetos de algumas centenas de reais e aprendizado de coreano são dignas de superstars.
E é como superstars que os sete cantores do BTS, maior fenômeno de K-pop da atualidade, se apresentam no palco: fogo, pilastras gregas, duas estátuas de panteras e projeções de templos gloriosos são apenas complemento do grupo performático e seguro no palco.
Eles abrem o show com uma das músicas do álbum que os colocou no "mesmo patamar" dos Beatles. Com "Map of the soul: Persona", o BTS se tornou o primeiro grupo desde os britânicos a emplacar três álbuns no topo das paradas.
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Com "Dionysus" levantaram a plateia de 42 mil pessoas no Allianz Parque. "Vamos roubar a cena, somos demais", diz a música. O estádio concorda.
Após duas músicas, eles param o som, conversam com a plateia em coreano, inglês e se arriscam português. Alternam a grandiosidade e o intimismo para cativar as fãs. E ouvem atentamente a cada sessão de gritos.
O show impressiona pela tecnologia e pelos efeitos. São dois palcos ligados por uma passarela e sete telões que viajam pelo mundo com eles.
A turnê “Love yourself: speak yourself” começou em 4 de maio nos Estados Unidos e desembarcou para dois shows no Brasil neste sábado (25) e domingo (26). Após as apresentações brasileiras, eles seguem para a Europa.
De surpresa, surgem no meio do palco e mostram que aprenderam a sambar. "Vocês querem?", perguntam em português, antes de sambarem um pouco desengonçados.
O BTS também mistura pop efusivo com rap. Não à toa, o grupo tem quatro cantores e três rappers. A diferentona da noite é "Singularity". A melodia lembra os R&Bs mais românticos e V surge no palco de pijamas em uma cama bagunçada.
Cada um tem oportunidade de brilhar sozinho no palco. Um dos pontos altos é "Euphoria", solo do queridinho Jungkook. Com um pop mais suave, ele voa pleno sobre a plateia preso a uma tirolesa para cantar os versos sobre amor e êxtase.
A última música da noite ajuda a explicar o sucesso do BTS:
"Nesta noite escura (não fique sozinho), como estrelas (nós brilhamos), não desapareça porque sua existência é importante, vamos brilhar", diz a letra de "Mikrokosmos".
Com mensagens sobre aceitação e problemas jovens, eles cativam o público pelo apelo emocional.
O cenário é colorido e vibrante: projeções alternam neon e cidades ao redor do mundo e espalham luz por todo o estádio. O palco ganha cama, piano, escadas, pilastras, tirolesa. Fogos de artifício e jatos de fogo completam a pirotecnia.
Show da plateia
Uma hora antes do show começar, o estádio cantava à capela a música "Fire". Este foi apenas o primeiro canto coordenado.
Para todo o show, o fã-clube elegeu 11 fanchants (reações sincronizadas) que foram de erguer corações vermelhos de papel a cantar trechos de músicas no intervalo.
Munidos das army bombs (bastões de luz oficiais do grupo, vendidos por R$ 250 no show), lanterna de celular com fita colorida e qualquer outro apetrecho capaz de iluminar, os fãs acenderam o estádio, também sincronizadamente.