Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense sexta, 01 de fevereiro de 2019

BRUMADINHO: MORTOS CHEGAM A 110

 

Mortos chegam a 110, desaparecidos são 238
 
 
Previsão de tempestades na região de Brumadinho prejudica operação de resgate dos corpos de vítimas do rompimento da barragem da Vale. Enquanto bombeiros trabalham sem descanso, os dramas dos que perderam familiares na tragédia se sucedem

 

» Benny Cohen
» Francelle Marzano

Publicação: 01/02/2019 04:00

Cenário de devastação: além de cães farejadores, máquinas têm sido empregadas na procura das vítimas    (Mauro Pimentel/AFP)  

Cenário de devastação: além de cães farejadores, máquinas têm sido empregadas na procura das vítimas

 



O número de mortos em consequência do rompimento de uma barragem da Vale, em Brumadinho, na última sexta-feira, chegou a 110, segundo o Corpo de Bombeiros e a Defesa Civil de Minas Gerais. Entre os corpos resgatados, 71 foram identificados. Até agora, a tragédia deixou ainda 238 desaparecidos e 108 desabrigados e desalojados.

A barragem que se rompeu tinha cerca de 13 milhões de m³ de rejeitos, que foram despejados sobre a região do Córrego do Feijão, atingindo a área administrativa da empresa, a comunidade da Vila Ferteco e a pousada Nova Estância. A onda de rejeitos chegou até o Rio Paraopeba, a cerca de 8km da barragem, e começou a se mover em direção ao Rio São Francisco.

Desde o rompimento da barragem, os bombeiros fazem buscas por vítimas em meio à lama que se espalhou pela região. Cães farejadores ajudam na localização de corpos e, em alguns locais, máquinas vêm sendo utilizadas. Ontem, as buscas chegaram a ser suspensas para garantir a segurança dos militares envolvidos nas operações. O motivo foi a previsão de tempestades na região de Brumadinho.

Em meio ao trabalho incessante dos bombeiros, os dramas humanos se sucedem. Paulo Aniceto vai ao Centro de Operações todos os dias, em busca de informações sobre o filho, Éverton Guilherme Ferreira Gomes, de 21 anos, um dos desaparecidos na tragédia. Ele acredita que o filho possa ter escapado. “Conversei com ele pouco tempo antes (do rompimento da barragem) pelo WhatsApp, e acho que ele possa estar vivo, que tenha corrido para a mata. Não era pra ele estar aqui”, lamenta.

A convicção de Paulo na sobrevivência do filho é tanta que, nos dois dias seguintes, ele enviou novas mensagens pelo celular. No sábado, ele escreveu: “Amo você, meu filho. Senhor Jesus, cuida do meu filho...”. No domingo, enviou outra postagem: “Oi, meu filho, estou com muita saudade!!! Oi, meu amor, papai está com muita saudade de você, beijos, te amo...” Paulo não se consola com as promessas de ajuda da Vale para as famílias das vítimas. “A Vale está falando em dar dinheiro, R$ 100 mil, mas eu não quero dinheiro. Quero meu menino!”, diz ele.

Empregado havia 30 dias na Progen, empresa terceirizada da Vale, Éverton tinha planos de se casar. No dia da tragédia, o jovem, cujo posto de trabalho como gestor de qualidade era na sede da Progen em Nova Lima, foi a Brumadinho conhecer o chefe, que estava na Mina Córrego do Feijão. O pai conta que o chefe de Éverton, cujo nome não sabe, também está desaparecido. “Acho que eles estavam juntos, dentro do carro da empresa. Ainda tenho esperança de encontrá-los”, afirmou.

Cadastramento


Na tarde de ontem, o cadastramento das famílias dos atingidos pelo rompimento da barragem para receber a doação de R$ 100 mil da Vale começou a ser feito. No fim do dia, 44 pessoas tinham feito o cadastro. Claudinete Euflávia do Carmo Miranda esteve no local na tentativa de se registrar. Ela é casada com o operador de máquinas Wagner Walmir Miranda, que está desaparecido. “Meu atendimento é só na semana que vem, mas aproveitei que já estou aqui pra tentar fazer. Não posso andar muito por conta de uma cirurgia que fiz na perna e já queria aproveitar a vinda até aqui”. 

Ela conta que tem dois filhos com Wagner, um de 12 anos e outro de 7, que choram todos os dias pela falta do pai. “Não sei nem o que pensar desse dinheiro que a Vale vai dar pra gente, mas acho que pelo menos é uma forma de tentar continuar com a educação e a vida que o meu marido conseguia dar pra gente. Eu não trabalho, a renda que tínhamos era apenas o salário dele”, contou.

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