07 de dezembro de 2021 | 08h00
A vitória sobre o Juventude e a garantia do São Paulo na elite do Campeonato Brasileiro não acabaram com a tristeza de Rogério Ceni. Visivelmente abatido, o treinador, em entrevista coletiva, falou da decepção por ver o time ter de lutar contra o rebaixamento até duas rodadas antes do final da competição.
"Fico triste, para ser sincero. Não é como eu vejo a história do clube, a vida que eu passei aqui, ídolos que levaram o São Paulo a grandes conquistar. É um momento de baixa. Um momento que é preciso ter cabeça tranquila, um planejamento melhor para 2022. Claro que esbarra nas dificuldades financeiras, como falamos, mas temos outros clubes com as mesmas dificuldades, fizeram grandes contratações e conseguiram levar seus times a lugares inesperados em meio de campeonato", disse o técnico, que levou o time a cinco vitórias em 12 partidas no Brasileirão.
"É um alívio o que foi feito hoje, mas o São Paulo merece muito mais do que passar um ano como foi o de 2021. Eu não tenho planos para 2022. Nós temos mais três dias aqui ainda. E 2022 fica para frente", afirmou Ceni, referindo-se ao duelo com o América-MG, na quinta-feira.
Atleta do clube por mais de 25 anos, Ceni desabafou. "Uma coisa é você cair, outra coisa é ser rebaixado com o time que você deixou a vida toda trabalhando nele. É diferente quando se tem um vínculo. Sabia da situação difícil, não imaginava que era tão complicada, mas eu só aceitei vir porque era o São Paulo. Sinto como se fosse minha casa. Não é o lugar onde o São Paulo deve estar."
O técnico destacou a presença do torcedor neste momento decisivo. "Sou muito agradecido por ter voltado. Foi o único clube que aceitei voltar. Sou muito grato a todo torcedor, sempre me recebeu super bem. A torcida foi exemplar. Quarenta mil por jogo, praticamente. Só tenho agradecimentos a fazer. Às pessoas que trabalhei aqui, nesses cinquenta dias, mais ou menos. Nem sei, são tantas noites mal dormidas."