A ausência da dupla, o atacante suspenso, e o meia com desgaste muscular, teve como consequência um ataque menos criativo e potente. O técnico Renato Gaúcho optou por escalar Vitinho e Michael, jogadores com características parecidas às de Arrascaeta e Bruno Henrique, mas qualidade e entrosamento infeior. Resultado: 1 a 1 e atuação fraquíssima.
Justamente por enfrentar um Ceará disposto a incomodar o Flamengo, era necessário ter a figura de Bruno Henrique para as já famosas arrancadas pela ponta esquerda. Normalmente ele é acionado por Arrascaeta, que faz uma excelente temporada, e tem por hábito também atuar entre as linhas de marcação.
O setor criativo ficou a cargo de Vitinho, que veio com a bola de trás pelo lado esquerdo, mas teve dificuldade de encontrar passes e fazer tabelas com Gabigol. Se resumiu a bons arremates à distância, como no gol. Outra opção seria Diego se adiantar um pouco mais. Entretanto, o camisa 10 ficava sobrecarregado na transição desde a defesa, e não atacava muito o campo adversário. Só conduzia a bola para os lados.
A principal solução que o Flamengo encontrou foi trabalhar com os zagueiros e laterais construindo mais, sobretudo pelo lado direito, com Matheuzinho, que substituiu Isla. Até porque, além de Arrascaeta e Bruno Henrique, Arão também foi ausência muito sentida. João Gomes até que tentou, mas se limitou a carregar a bola, e não tanto em pensar o jogo. E teve falhas defensivas graves. Alternativa no setor, Thiago Maia ainda se recupera de Covid-10.
Sem controle do jogo
O setor direito foi bem marcado, especialmente Éverton Ribeiro, e a baixa intensidade desde o ataque deixou o sistema defensivo vulnerável. O gol do Ceará mostrou a dificuldade que o Flamengo teve em sair de seu próprio campo.
Na jogada, a bola é recuada duas vezes para o goleiro Diego Alves. As duas reposições terminam nos pés do Ceará, que pega a defesa do Flamengo saindo e troca passes até Vina entrar na área e finalizar sem ser pressionado pelos zagueiros.
A postura passiva do técnico na beira do gramado deixou claro que o objetivo era não estourar jogadores de olho no Grêmio, quarta-feira, pela Copa do Brasil. No fim do jogo, saíram Diego, Gabi e Ribeiro. Mas a equipe que sobrou apenas brigou para preservar o ponto conquistado.
Pelo histórico recente de atuações, o Brasileiro está em segundo plano no Flamengo. Que rodada após rodada deixa jogadores de fora para trabalhos físicos, o que compromete seu nível de atuação e a pontuação no geral. Falta muito campeonato pela frente e os dois jogos a menos são alento. Mas é hora de decidir se será possível ou não brigar por todas as taças.