02 de dezembro de 2021 | 05h00
O maior jejum de títulos de um gigante do País na história do Brasileirão pode chegar ao fim nesta quinta-feira. Às 18 horas, na Arena Fonte Nova, em Salvador, o Atlético-MG depende apenas de suas forças para soltar o grito de campeão nacional entalado há quase 50 anos. Superando o Bahia, os comandados de Cuca não poderão mais ser alcançados pelo Flamengo, segundo colocado.
"O grito de campeão será solto na hora certa", vem pregando o técnico Cuca já faz algumas rodadas. O cuidado em cantar vitória antes da hora do treinador já não é seguido pelo torcedor, que fez a festa na virada sobre o Fluminense, por 2 a 1, no domingo. Até os jogadores comemoraram, alguns ainda tímidos. Mas boa parte de maneira efusiva, indo para a galera. Restam 17 dias para a conquista de 1971 completar 50 anos e muitos querem festejar pela primeira vez a conquista do Brasileirão.
Será a terceira vez o Atlético-MG terá chance de conquista, mas a primeira que pisará no gramado dependendo de suas forças para erguer a taça. Nas outras oportunidades, fez seu papel, mas o Flamengo também ganhou, adiando a definição. Cuca calculava 75 pontos e teve de refazer as contas. Subiu a meta para 77 e mesmo assim não deu. Invicto faz sete rodadas, o time está com 78 e precisa de apenas mais dois. A ordem é definir já em Salvador.
"Números de uma equipe que sabe o que quer no campeonato, buscando o nosso objetivo maior, que é o título. Quebramos o recorde de vitórias seguidas em casa, com 15, e isso também é para entrar para a história dos pontos corridos", afirma o lateral-direito Mariano. "Poucas equipes fizeram isso em um campeonato tão difícil como o Brasileirão, é gratificante e espero buscar nossa meta neste jogo."
Principal jogador do líder, o atacante Hulk tentará dar mais um passo para escrever seu nome na história do clube mineiro. Com 17 gols, ele luta para fechar na artilharia do Brasileirão. É o principal goleador da competição e pode ser o sétimo jogador do Atlético-MG a conseguir o feito.
Dadá Maravilha foi artilheiro e autor do gol do título em 1971. Foram 15 bolas na rede na época. No ano seguinte anotou 17 vezes. Depois veio Reinaldo, homenageado por Hulk no jogo passado. O centroavante brilhou em 1977 com 28 gols.
Após um período sem "goleadores" no Nacional, o Atlético-MG viu Renaldo se destacar em 1996 ao balançar as redes 16 vezes. Três anos mais tarde, no vice-campeonato de 1999, Guilherme foi "o cara" do time com impressionantes 28 bolas nas redes. Depois ainda vieram Diego Tardelli em 2009 (16 gols) e Fred em 2016 (14). Apenas Dadá teve a honraria de taça e artilharia.
Hulk espera repetir o ídolo atleticano para ser eternizado em Belo Horizonte. "Hoje eu sou mais um torcedor atleticano e não medirei esforços para fazer de tudo pelo clube que amparou a mim e a minha família", faz juras de amor. Como será necessário ao menos um gol para a taça vir de maneira antecipada, o astro espera seguir o faro artilheiro dos últimos jogos. Ele anotou cinco vezes nas últimas partidas.
Sem falar em festa, pregando respeito e prevendo batalha com um rival ameaçado de queda, Cuca terá de mexer na escalação, pois alguns jogadores forçaram o terceiro amarelo para estarem "na comemoração" de domingo, diante do Red Bull Bragantino: Jair, Allan e Diego Costa cumprem suspensão. E Réver não joga por causa de lesão. Tchê Tchê, Nacho González e Vargas devem ser os escolhidos, com a manutenção de Nathan e Junior Alonso na defesa.
O Bahia vem de derrota em confronto direto contra a queda com o Atlético-GO, por 2 a 1, e precisa de recuperação para deixar a zona de queda. Está com 40 pontos e apenas com um triunfo deixa o 17° lugar.
Desde que o técnico Guto Ferreira assumiu, foram seis jogos em Salvador e nenhuma derrota. Mas o time ainda lamenta o 0 a 0 com o Cuiabá que está custando a presença no Z-4. O treinador pede coragem a seus jogadores em discurso que "é possível" superar o líder e voltar a respirar na luta contra o vexame da queda.
O clube colocou ingressos a R$ 10,00 para ter um bom público nas arquibancadas apoiando o time neste momento delicado. A casa deve estar cheia. O pedido dos dirigentes e de Guto Ferreira é que o apoio seja durante os 90 minutos.
Juninho Capixaba, expulso na rodada passada, será desfalque. Rossi e Ronaldo disputam a vaga, enquanto na defesa, Gustavo Henrique deve herdar a vaga de Luiz Otávio, com dores no joelho.
BAHIA - Danilo Fernandes; Nino Paraíba, Conti, Gustavo Henrique e Matheus Bahia; Patrick de Lucca, Mugni e Rodriguinho; Rossi (Ronaldo), Raí Nascimento e Gilberto. Técnico: Guto Ferreira.
ATLÉTICO-MG - Everson; Mariano, Nathan Silva, Junior Alonso e Guilherme Arana; Tchê Tchê, Nacho Fernández e Zaracho; Hulk, Eduardo Vargas e Keno. Técnico: Cuca.
ÁRBITRO - Flávio Rodrigues Guerra (SP).
HORÁRIO - 18 horas.
LOCAL - Arena Fonte Nova, em Salvador.