Por mais que dentro de campo e nos vestiários a ideia seja afastar tabus ou marcas negativas visando à concentração nas partidas, são questões que importam muito para a torcida. Nesta quarta-feira, foi um detalhe que deu ainda mais significado para a grande vitória do Vasco por 2 a 0 sobre o Corinthians, que encerrou um período de 14 anos sem que o cruz-maltino conseguisse vencer o rival paulista. Mais uma demonstração de força de um Vasco com outra personalidade neste Brasileirão.
No décimo jogo (somando as duas passagens como interino) de Rafael Paiva, o cruz-maltino chegou à terceira vitória consecutiva no campeonato, alcançou os 20 pontos e pegou o elevador para a 10ª posição. Agora, está muito mais perto da zona de classificação à Libertadores (6 pontos) do que da zona de rebaixamento (8).
Em São Januário lotado, que vivia uma "febre" com o retorno de Philippe Coutinho, anunciado pela manhã, o time do Vasco entrou em campo modificado. Praxedes entrou na vaga que costuma ser de JP. Contestado, o volante imprimiu dinâmica e acabou aplaudido pela torcida.
Como é frequente em confrontos entre Vasco e Corinthians, o jogo começou nervoso. As duas equipes exploravam erros para assustar. Mas logo o cruz-maltino mostraria por que tem conquistado resultados expressivos nas últimas rodadas. Do meio-campo, setor de destaque neste trabalho de Paiva, saiu o gol de Lucas Piton, que acionou a "lei do ex" na Colina, numa jogada que tem virado sua característica: a entrada em diagonal e o chute cruzado. Desta vez, após lindo lançamento de Hugo Moura.
Das últimas vitórias que conquistou, a partida foi a que o cruz-maltino teve menos facilidade para controlar. O Corinthians, que tinha o novo técnico Ramón Díaz, ex-Vasco, assistindo de um dos camarotes, tentava se desvencilhar da situação complicada que vive e se lançava à frente com intensidade e ímpeto. Mas não conseguiu transformar isso em gols e oportunidades mais claras que a cobrança de falta de Igor Coronado, bem defendida por Léo Jardim, ainda no primeiro tempo.
Rodada a rodada, o Vasco vai mostrando que tem acumulado armas e soluções para jogos difíceis. Desta vez, apresentou uma inédita: Sforza bateu falta no ângulo de Matheus Donelli, já nos acréscimos, e deu números finais à partida.
Sob o som de "A Barreira vai virar baile", de Mc Darlan, música que exalta a volta de Philippe Coutinho, São Januário viveu noite perfeita desta última quarta-feira: viu um de seus "crias" mais queridos voltar ao clube pela manhã e um tabu que incomodava muito ser enterrado de vez pela noite. Agora, a semana fica livre e tranquila para o elenco trabalhar e para a torcida fazer a festa na apresentação do novo camisa 11, marcada para sábado.