Se o empate costuma ser um resultado frustrante para os torcedores, o desta quarta com o Fortaleza foi muito bem recebido pelos vascaínos. No contexto de um time em crise, que acabou de demitir seu treinador, o 0 a 0 trouxe esperança. Afinal, o duelo segue aberto. A decisão da vaga para as oitavas da Copa do Brasil ficou para o dia 21, em São Januário.
Como o comando técnico atualmente é ocupado de forma interina por Rafael Paiva, do sub-20, a atuação fica em segundo plano. Não faz sentido projetar o longo prazo a partir do que foi visto no Castelão. Ainda assim, a performance não foi de todo ruim. Há de se reconhecer que o time mostrou capacidade de reação no segundo tempo, onde teve um pouco de organização. Mas também apresentou problemas e sofreu.
O Vasco até saiu no lucro ao descer para o intervalo com o 0 a 0 no placar. Leo Jardim foi bombardeado pelo Fortaleza e, quando não defendeu, contou com a ajuda da sorte (leia-se: da trave ou da falta de pontaria dos atacante rivais).
Se tinha muitos homens próximo à sua defesa, o Vasco sofreu com o vazio no meio-campo. O adversário quase sempre ficou com a bola em torno da área cruz-maltina e a trabalhou por ali até achar espaços.
Na frente, Vegetti sofreu. O meio sem criatividade o deixou isolado na maior parte do tempo. Ora o argentino conseguia ter a posse, mas não tinha ninguém para lhe ajudar (e acabava perdendo a jogada). Ora estava sozinho para disputar com os zagueiros do Fortaleza as bolas cruzadas por Rayan.
Mas Paiva soube reconhecer os problemas e promoveu mudanças que equilibraram mais a partida na segunda metade do jogo. As mais importantes foram o avanço do time para a frente e as entradas de Galdames e de Sforza, dando qualidade à saída de bola.
Foi um segundo tempo em que o Vasco conseguiu ter mais posse, tirar a disputa do entorno de sua área e levá-la para o meio do campo. Só não teve vida mais tranquila porque voltou a dar espaços e ser incomodado nos acréscimos. Aí, voltou a contar com Leo Jardim.