No duelo de equipes com estratégias tão diferentes, melhor para a de Mano Menezes. O 2 a 0 sobre o Flamengo, no Maracanã, premiou um Fluminense que soube passar por sufoco e entendeu a forma certa de atacar. Acabou com um jejum de oito partidas sem vitórias sobre o rival e, de quebra, ainda conseguiu um fôlego mais que necessário em sua luta contra a zona de rebaixamento no Brasileiro.
Os tricolores subiram uma posição na tabela. Agora em 15º, somam 33 pontos, dois a mais que o Athletico, o primeiro na zona da degola. Uma distância que pode se tornar ainda maior na terça-feira, quando recebem o próprio time paranaense em jogo atrasado da 17ª rodada.
Pode-se dizer que foi o meio-campo que decidiu o clássico no Maracanã. Enquanto o Fluminense se beneficiou do talento de Ganso e de boas aparições de Martinelli e de Lima, o Flamengo pagou pela falta de criação. Vale lembrar que De La Cruz e Gerson foram poupados (assim como Pulgar e Varela) e Arrascaeta iniciou no banco. Ficou clara a prioridade dada ao duelo com o Corinthians, domingo, pela semifinal da Copa do Brasil. Uma aposta que custou caro demais nesta quinta. Resta saber se valerá a pena.
O primeiro tempo até deu a impressão de que o Flamengo estava melhor. Mas a verdade é que a maior posse de bola rubro-negra foi apenas reflexo da proposta de jogo de Filipe Luís. Apesar do domínio, seu time não conseguiu levar perigo.
Mano Menezes já sabia que o adversário se comportaria assim, e pôs o Fluminense para jogar mais compactado. Com as linhas de marcação mais recuadas, os tricolores superlotaram a própria área e não deram muito espaço para o rival atacar e preparar melhor suas jogadas.
Não à toa, a maioria dos chutes do Flamengo foram de fora ou da entrada da área. E eram bloqueados ou desviados pelos tricolores.
Ao mesmo tempo que se defendeu bem, o Fluminense acertou ao aproveitar a postura mais adiantada do Flamengo e apostar em bolas enfiadas. Numa delas, veio a jogada do pênalti, desperdiçado por Ganso (em boa defesa de Rossi) no fim do primeiro tempo.
Aos 4 minutos, Ganso clareou o jogo ao tocar de calcanhar para Kauã Elias. O atacante disparou pelo corredor direito e cruzou para Lima concluir a gol. Wesley, que o acompanhava, acelerou demais e não percebeu o recuo do meia tricolor.
Dez minutos depois, Ganso voltou a facilitar a vida dos companheiros. Deu um ótimo passe para Martinelli. Da linha de fundo, este cruzou para Jhon Arias, livre entre os marcadores, completar. A liberdade dada pela defesa rubro-negra saltou aos olhos. E o lance foi simbólico de como o time, que já não ia bem no ataque, foi ainda pior defensivamente.