Um jogo de dois tempos distintos e um Flamengo bipolar de volta à cena. Nada muito novo para quem já se acostumou com as apresentações em 2023. Um momento de esperança, outro de frustração.
O empate com o Fluminense demonstrou de maneira escancarada a necessidade de o técnico Tite insistir com as novas soluções que têm proposta à equipe desde que chegou.
O jogo terminou com Gabigol expulso por, de maneira infantil, cair na provocação de Nino. E sem ações ofensivas relevantes de Bruno Henrique e Everton Ribeiro, que entraram depois do empate.
Sem Arrascaeta, que não tem condições físicas para atuar 90 minutos em alto nível, o Flamengo se tornou um time pouco criativo, e sem os pontas que vinham bem, muito pouco efetivo.
Depois das saídas de Cebolinha e Luiz Araújo, a competitividade despencou. E os espaços mínimos nas costas de Matheuzinho e Filipe Luis surgiram em profusão.
Tite reagiu de forma tardia às mexidas de Fernando Diniz para povoar o meio-campo e implementar outro ritmo no segundo tempo. Quando lançou Thiago Maia, o estrago já estava feito.
O Flamengo que conseguiu ser protagonista, ficar com bola, pressionar e retomar a posse na etapa inicial, deu lugar a um time acuado, inseguro, e covarde. As substituições de Tite sublinharam isso.
Mesmo com sangue novo em campo, a postura se manteve. E não houve força coletiva nem talento individual que pudesse gerar lances de perigo como no primeiro tempo. Pois não há opções criativas.
Ao menos não alguma que mantenha a competitividade. Logo, entre uma coisa e outra, o Flamengo não pode perder o que o primeiro tempo demonstrou, uma versão mais equilibrada e aguda.
No segundo tempo, precisou marcar mais e ficou sobrecarregado ao lado de Pulgar, por não ter exatamente essa característica. Com Thiago Maia, se adiantou, mas era tarde.