O estupidificante rebuliço provocado por uma manada posicionada em frente da Penitenciária Feminina Bom Pastor, no Recife, na expectativa de ver a soltura de uma ricaça envolvida com ganhos financeiros ilícitos, nos remete a um questionamento histórico indispensável: o Brasil é um país moderno ou um país modernoso?
Preliminarmente, a definição de país moderno se baseia numa comunidade portadora de uma educação muito acima da média, renda bem distribuída, com elevado discernimento cultural, uma justiça social plena, saneamento urbano consistente, sem discriminações nem preconceitos, respeitado internacionalmente pelas demonstrações efetivadas em prol dos Direitos Individuais e Coletivos de todo o planeta.
Em nosso país, entretanto, é frequente constatar regimes escravagistas, muita miséria e fome, uma brutal insuficiência educacional, um empreendedorismo voltado para ganhos acima de uma mínima normalidade, uma insegurança urbana e também rural, um consumismo exagerado, uma mídia voltada para o alarmismo e as escandalosidades, bem como eventos indutores de comportamentos voltados para a prática de quase baixo meretrício. Para não se falar de racismos e preconceitos das mais variadas tonalidades, como se por aqui a branquitude fosse sinal único e exclusivo de mando e comando.
Lamentavelmente, ainda estamos situados há milhares de quilômetros de um mínimo civilizatório exigível, de consequências nada agradáveis para os socialmente mais confortáveis, atualmente já bastante temerosos dos seus amanhãs nada promissores. E nada atentos ao desenvolvimento dos seus códigos de inteligência e de autocrítica, tudo se reduzindo a um “se deus quiser” radicalmente despropositado, posto que a responsabilidade é exclusivamente suas, distanciados que estão das recomendações políticas sadias que buscam consolidar o todo nacional entre os ambientes mais dignos do planeta.
O psiquiatra brasileiro Augusto Cury alerta para as armadilhas que ameaçam as elites brasileiras: o conformismo, o medo de reconhecer os erros, o coitadismo e o medo de correr riscos. Para não citar mais alguns: a incultura, o mandonismo machista, o só eu sei, a ausência de autocrítica, a cegueira binoculizadora, o ter acima do nada ser, a desolidariedade e o desamor comunitários, o exibicionismo arroteiro e o nível intuicional próximo de zero. Características típicas dos que integram manadas, sem criticidade nem pensação, participando de um conjunto de idiotas que se auto imolam por exclusivas desatenções para com a construção de eus efetivamente contemporâneos.
Recomendaria a todos os habitantes de um Brasil que busca ser internacionalmente visto como soberano que procurem identificar o seus nível evolucionário dos seus diferenciados códigos: o de gestor do intelecto, o de sua autocrítica, o de sua resiliência, o de seu altruísmo, o de sua capacidade dialogal, o de sua criatividade empreendedora, o de seu carisma pessoal, o de sua ansiedade, o de sua politicidade e o de sua emocionalidade. Avaliando seu nível evolucional como ser humano, brasileiro, participante comunitário, ser espiritualizado e cidadão crítico-construtivo. Sem nunca deixar de perceber-se uma metamorfose ambulante, a caminho da Luz Infinita, para retornos existenciais sempre mais consequentes.