Cristiano Ronaldo e Lionel Messi, suas estatísticas monstruosas e seu protagonismo inevitável ficaram para trás, em uma lista de Bola de Ouro sem o nome de pelo menos um deles pela primeira vez nos último 21 anos. Agora, nomes como Vinicius Júnior, Jude Bellingham, Erling Haaland, Rodri e Harry Kane brigam numa edição que pode definir novos parâmetros do que é o perfil de um melhor jogador do mundo nos próximo anos.
Pelos critérios que muitas vezes definiram as premiações nos últimos anos, o brasileiro larga como favorito. Vinicius foi campeão da Champions League com o Real Madrid como protagonista, marcando gol na final e terminando a edição com seis gols (vice-artilharia) e cinco assistências (melhor no quesito). Também foi campeão espanhol com 15 gols marcados. Mas a imprevisibilidade faz parte do cenário.
As estatísticas absolutas também podem mexer com a disputa. Os números por clubes na última temporada (recorte avaliado no prêmio) têm Vini com 24 gols e 9 assistências em 39 jogos, Mbappé com 44 gols e 10 assistências em 48 jogos, Harry Kane com 44 gols e 12 assistências em 45 jogos, Haaland com 38 gols e 6 assistências em 45 jogos, Bellingham com 23 gols e 13 assistências em 42 jogos e Rodri com 9 gols e 13 assistências em 50 jogos — sendo o atleta, dos cinco, que atua mais recuado.
Outro critério pode ser o desempenho por seleções. Em ano com Copa América e Euro acontecendo quase simultaneamente, Rodri, já cotado como o melhor volante do futebol inglês, levantou o troféu com a Espanha, enfrentando a Inglaterra de Bellingham na final. Vini, por outro lado, viveu Copa América para esquecer nos Estados Unidos.
O componente imagem também não pode ser dissociado da premiação. Vini é muito popular entre os jovens e se transformou em figura na luta antirracista em meio aos pesados ataques que sofre na Espanha. Tem muitos fãs entre os jovens, assim como Bellingham, que viu sua comemoração virar fenômeno internacional nas redes em sua chegada ao Real Madrid. Mbappé também teve atuação política importante na Euro, se juntando a atletas que pediram que o povo francês não votassem na extrema-direita nas eleições. Haaland e Rodri, por outro lado, atuam na liga mais midiática do mundo.
Troféus, números, seleção, imagem. A decisão, que será anunciada no dia 28 de outubro, ficará a cargo de um corpo de 100 jornalistas, um de cada país que lidera o ranking da Fifa. Os critérios que eles utilizarem podem ditar a tendência de uma década. Quem é o melhor do mundo? O que é um melhor do mundo depois de Messi e Cristiano Ronaldo? Essas perguntas devem ser respondidas de uma vez só.