Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Carlos Eduardo Santos - Crònicas Cheias de Graça terça, 30 de janeiro de 2024

BODE PRA CACETE (CRÔNICA DO COLUNISTA CARLOS EDUARDO SANTOS

 

BODE PRA CACETE

Carlos Eduardo Santos

Igreja do Sagrado Coração de Jesus, submersa para formar o lago de Itaparica, em Petrolândia, Pernambuco

 

Numa das viagens que fiz desenvolvendo atividades para o Departamento de Projeto Especiais do Diário de Pernambuco, em anos recentes, éramos comandados por Arijaldo Carvalho, que projetava as pautas, definia as missões de cada jornalista e os levava às cidades do interior, para a cobertura.

Quando Petrolândia completou 100 anos, em 2009, o governo local projetou um mês de eventos culturais, culminando com a edição do encarte do Diário, com cerca de 40 páginas.

Como se sabe a região se tornou conhecida pela quantidade de restaurantes que servem carne de bode. Numa dessas viagens, paramos para almoçar na estrada, em pequena casa de pasto, onde se come refeições ligeiras, sendo o bode é a carne preferencial.

Quase às 14h., com as barrigas reclamando falta de alimentos, paramos num desses locais. Éramos cinco: um fotógrafo, um cinegrafista e dois jornalistas, além de Arijaldo; todos esfomeados. Na porta do “estabelecimento” já estava D. Zefinha, a dona, que abriu os braços de felicidade por faturar mais quatro pratos e cumprimenta nosso chefe-de-viagem, como se um filho fosse.

 

Jornalista Arijaldo Carvalho

 

Após o fraternal amplexo Arijaldo deu o primeiro “grito de guerra”

– D. Zefinha, sirva-nos cinco bodes!

Alguns de nós não conhecia aquele tipo de carne, pouco comum na Capital, mas no interior, é o “filé”. De pronto a senhora indagou em brado forte:

– Mas seu Arijaldo, o senhor tem certeza que seu pessoal quer comer bode? Não preferem uma carnezinha de sol? Tá uma delícia!…

– Quer, D. Zefinha.! Todos eles estão com cara de quem só gosta de bode. Tem mais, com a fome que estão eles comem até papel de jornal com farinha.

– Mas me diga uma coisa, Seu Arijaldo, toda vez que o senhor vem aqui com seus amigos só pede esse tipo de carne… Por que o senhor gosta tanto de bode?

– Porque na outra encarnação eu fui cabra! E gosto de bode pra cacete!…


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