BIÓPSIA OU BIOPSIA – 7 DICAS PARA ESCREVER UM TEXTO
Ora, se ouve biópsia. Ora, biopsia. E daí? As duas formas existem. Prefira biópsia, mais usual. A razão: a língua é como a mulher de César. A primeira-dama imperial não só tem de ser honesta. Tem de parecer honesta. A linguinha nossa de todos os dias não só tem de ser correta. Tem de parecer correta.
Bimensal é duas vezes por mês, quinzenal (revista bimensal). Bimestral significa uma vez a cada dois meses: prestações intermediárias bimestrais.
Abriu-se a janela partidária. Parlamentares podem mudar de sigla. É uma festa. Na farra, pintou a dúvida: qual o plural de troca-troca? A duplinha não goza de privilégios. Segue a regra do casal formado por palavras repetidas. Só a última ganha s. É o caso de pula-pulas, quebra-quebras, quero-queros, tico-ticos. E, sem dúvida, troca-trocas.
Desde que nasceu, a vírgula provoca discussões. Alguns dizem que empregá-la é questão de gosto. A gente põe o sinalzinho onde tem vontade. Outros afirmam que basta ler a frase. Parou pra respirar? Pronto. Taca-lhe a marca da pausa. Aí surge um problema. Como os gagos e os asmáticos se virarão? Há, também, os exagerados. Esbanjadores, usam todas as vírgulas a que têm direito.
1.Seja natural: converse no papel. Imagine que o leitor esteja à sua frente, comendo um sanduíche e tomando um suco. 2. Mantenha a objetividade: sem encher linguiça, vá direto ao assunto. Dê o recado. 3.Respeite a concisão: diga o que deve ser dito com o número de palavras suficiente. Nem mais. Nem menos. 4. Use frases curtas: Uma frase longa, ensinou Vinicius, não é nada.
Conhece o teste do telefone? Ele funciona mais ou menos assim. Um grupo de pessoas se senta ao lado uma da outra. A primeira lê uma história cheia de pormenores. A segunda, sem ler, cochicha a narrativa no ouvido do vizinho. A terceira faz o mesmo. E, assim, sucessivamente. O resultado é espantoso. O último texto não tem nem parentesco com o primeiro. Quer um […]
“Não há porque deixar de votar questões constitucionais”, escrevemos na pág. 7. Ops! Tropeçamos de novo no emprego do porquê. Quando for substituível por “a razão pela qual”, o dissílabo escreve-se por que. Assim: Não há por que deixar de votar questões constitucionais.
Na era de lançamento de candidaturas, entra em cartaz o sufixo pré-. Acertar o emprego do pequenino muitas vezes depende da sorte. A razão: ora, ele aparece separado por hífen (pré-candidato, pré-estreia, pré-vestibular). Ora, sem o tracinho (preanunciação, preaquecer, precondição, predefinido, predeterminado, predisposto). Como lidar com ele? Só há um jeito: na dúvida, consultar o dicionário. O pai de todos nós está sempre às ordens.