BIOGRAFIA DE LAMPIÃO
Severino Cristóvão
Em Um Oito Nove Sete
Diz a sua certidão
No dia 7 de julho
Foi que nasceu Lampião
Ferreira em Serra Talhada
Chamado Rei do Sertão
Por sina ou maldição
Ou mesmo pelo destino
Tentado por um chocalho
Que tocava como sino
Mataram José Ferreira
Ele pai de Virgulino
Por causa disso o menino
Matou esse capitão
Da Polícia de Alagoas
Não sei se teve razão
E Virgulino Ferreira
Passou a ser Lamião
Lampião e três irmãos
A história assim revela
Reforçaram o banditismo
No sertão de Vila Bela
No lugar em que passavam
Deixavam caixão e vela
Lá mesmo em Vila Bela
Atacou de fazer dó
Pois na vida do cangaço
Lampião não era só
No ano de vinte e sete
Ele atacou Mossoró
A história de Mossoró
Constante de um arquivo
Conheço deste assunto
Colocando neste livro
Colchete virou defunto
E o jagunço Jararaca
Foi lá enterrado vivo
Enterraram ele vivo
No mesmo mês de São João
Vila Bela e Mossoró
Afirmo com perfeição
Ficaram assim na história
Por causa de Lampião
O famoso Lampião
Teve a fama dos anéis
Para o Rei dos Bandidos
Ainda dão nota dez
Quem disso isso é o poeta
Lá da terra dos Condés
Pra Lampião nota dez
Digo em rimas reais
Que o verdadeiro filho
Pune os ossos do pai
Homem como Lampião
O sertão já não dá mais
Quando mataram seu pai
Passou a ser cangaceiro
Na vida do banditismo
Foi o maior bandoleiro
Foi manchete nos jornais
Do Brasil ao estrangeiro
O famoso cangaceiro
A começar de menino
Foi ficando machucado
Pelas rodas do destino
Diz que toda culpa foi
Do saudoso Saturnino
Traçado como destino
Lampião não era só
Enfrentou quinhentos homens
Na cidade Mossoró
Entre todos os bandidos
Lampião foi o maior
Ele atacou Mossoró
E atacou no Pajeú
E mais algumas cidades
Terra do mandacaru
Lampião só respeitou
A nobre Caruaru
E lá em Mandacaru
Levado elo destino
Na cidade Água Branca
Lampião tocou o sino
Libertou todos os presos
Prendeu Cabo Severino
Porém desse Severino
Ele tomou dois mil-réis
E ao velho Padre Pedro
Lampião deu mais uns dez
Do Cabo Manoel Galdino
Cortou os dedos dos pés
Sem os dedos dos seus pés
Ficou lá ele sozinho
Lampião onde passava
Deixava um sinalzinho
Chegando em Tacaratu
Quase mata Arturzinho
Nunca estava sozinho
Sempre com a cabroeira
Virgulino era o terror
Lá da terra fazendeira
Mas ele só respeitava
O chefe Senhor Pereira
Lampião com a cabroeira
Rastejavam na poeira
Com as Forças Sergipanas
Pelejou sem brincadeira
Nesta luta pois morria
Sem mano Antônio Ferreira
Morria Antônio Ferreira
Um desumano vivente
Conduzia um rosário
Só de orelhas de gente
Recebendo em Juazeiro
A patente de Tenente
Foi promovido a Tenente
Afirmo com exatidão
E seu irmão Virgulino
Recebeu de Capitão
O Uchôa deu com ordem
Do Padre Cícero Romão
De instinto Lampião
Foi um bandido malvado
De R. de Santa Helena
Hoje já aposentado
Lampião matou seu pai
Em outro tempo passado
Cesário Gomes, coitado
De bandido era coiteiro
Tinha filho em Ministério
Lá no Rio de Janeiro
Em sua casa dormia
Lampião, o cangaceiro
MARIA BONITA
Lá na terra fazendeira
Sem qualquer um embaraço
Para José de Neném
Maria deu o fracasso
Fugiu com o Virgulino
Famoso Rei do Cangaço
Porém o Rei do Cangaço
Morreu juntinho com ela
Ela era da Bahia
Lampião, de Vila Bela
A Rainha do Cangaço
E o Rei marido dela
Ela era a mais bonita
Lá da terra fazendeira
Ela teve uma menina
De Virgulino Ferreira
Criada por seu irmão
O saudoso João Ferreira
O Virgulino Ferreira
Renomado Lampião
Sempre foi grande amigo
Do Padre Cícero Romão
Recebeu em Juazeiro
Patente de Capitão
O Capitão Lampião
De todos mais afamado
Com seus noventa bandidos
Sujos e esfarrapados
Lutaram em Serrote Preto
Contra Soldados Volantes
Mandados de 3 Estados
As Forças de 3 Estados
Praças e Oficiais
Ele com cinquenta homens
Cinquenta leões leais
Enfrentou duzentos e
Noventa e cinco policiais
O jagunço Pitombeira
Certo dia fez besteira
Violou uma gestante
Com ela fez muita asneira
Lampião fuzilou ele
Debaixo da Quixabeira
Fez do bandido a caveira
Porque era justiceiro
E na Furna de Penedo
Afirmo sem exagero
Lá dormia Lampião
Com uns trinta cangaceiros
Os cabras de Lampião
Beija-Flor e Tiririca
Ponto Fino e Zé Baiano
O Tetéu e Carrapicho
Luiz Pedro e Vitoriano
Torce-Bola e o Marmaço
E Manoel Pernambucano
Ventania e Zé Melão
Inácio e Sabiá
Chá Preto e Mato Redondo
Cobra Verde e Sarará
Gato e Adolfo Meia-Noite
Que fugiu do Ceará
Baraúna e Meia-Noite
Volta Redonda e Maçarico
Quinta-Feira e Cravo Roxo
Pilão Deitado, Grão de Bico
Barra Nova e Trovoada
Meia-Noite, fazendeiro rico
Pica-Pau, Boa Criança
Jararaca e Come-Cru
Galo Cego e Elétrico
Amoroso e Urubu
E o Poeta Guabiraba
Violeiro em Pajeú
Mergulhão e o Peitica
Jaçanã e Oliveira
Euclides e Juriti
Asa Branca e Ribanceira
Livino e Ezequiel
E o Antônio Ferreira
Tinha Antônio Ferreira
Maria Bonita e Nedina
Tinha Célia e Cordeiro
Corisco e a Corina
Tinha o Massilon Leite
Praticante em Medicina