Acabei de ler, após longa temporada de páginas rabiscadas, o livro 21 LIÇÕES PARA O SÉCULO 21, do historiador israelita Yuval Noah Harari, editado pela Companhia das Letras em 2018, primeira edição. E o término da leitura demorou um pouco em função do empréstimo do livro a um caminheiro que nem eu, que foi contaminado por essa pandemia assassina que se espalhou mundo afora, a exigir dos governantes uma reestruturação planetária de longo alcance, para evitar colapsos futuros nos quatro cantos do planeta, provavelmente irreversíveis.
Nas páginas do livro, o autor traça balizamentos indispensáveis para as próximas décadas do presente século, quando os desajustes deverão estar sanados e a democracia fortalecida, a inteligência artificial sempre subordinada à mental, embora extraordinariamente facilitadora de soluções ultra rápidas, a cidadanização planetária se estendendo para outras localidades do cosmo, corrigidas as imperfeições de um sistema econômico ainda classificado enganosamente como liberal, ensejando como mandamento civilizatório primeiro uma cada vez mais ampla liberdade de crítica militante, permanentemente renovadora. O objetivo do historiador Harari com seu livro não muito atraente é o de favorecer a consolidação de uma racionalidade planetária capaz de proporcionar um equilíbrio mais consistente do ambiente global.
Cada um dos bilhões de habitantes da Terra é possuidor, segundo Harari, de uma agenda pessoal, com problemas individuais bem mais urgentes que o ingresso do Brasil na OCDE ou uma invasão que poderá ocorrer na Ucrânia, em decorrência de ânsias de poder entre alguns idiotizados mandatários metidos a donos de uma a verdade ideológica planetária plena.
No seu livro, o autor oferece alertas para os amanhãs 21. Um resumo dos balizamentos:
1. Analise bem as três narrativas formuladas pelos centros decisórios do mundo – Nova York, Londres, Berlim e Moscou: a narrativa fascista, a narrativa comunista e a narrativa liberal. Todas elas em descréditos acelerados.
2. Balize sempre, na medida em que se profissionalizar, as alterações do mercado de trabalho, principalmente na área tecnológica, com seus emergentes empregos online.
3. Cuidado com as ditaduras digitais e a ausência de conhecimentos elementares sobre Humanidades, sua trajetória, história, pensamento e perspectivas.
4. Perceba sempre que só existe uma civilização do mundo e que problemas globais exigem respostas globais.
5. Diferencie sempre os princípios dogmáticos de cada crença religiosa, jamais abdicando da sua espiritualidade cósmica, sempre percebendo que algumas culturas possuem caracetrísticas mais solidamente edificadas que outras.
6. Nunca entre em pânico, sempre buscando controlar os anseios e receios da sua mente.
7. Jamais subestime a estupidez humana. E busque entender os argumentos que comprovam que as últimas décadas foram as mais pacíficas de toda história humana.
8. Perceba-se cotidianamente que você não é o centro do mundo, respeitando as posturas dos que acreditam ser tão somente filhos do Dono.
9. Tenha plena consciência da sua sombra, sempre se baseando em suas evoluções e evidências, nunca apenas sendo reflexos.
10. Considere-se muito confuso diante da complexa situação global, analisando sempre as diferenças existentes entre as mais explicitadas verdades, nunca sendo vitimado por propagandas enganosas e desinformações fabricadas.
11. Na era da pós-verdade, sempre assimile um fato incontestável: algumas news jamais serão extintas, porque sempre permanecerão reais.
12. Conscientize-se de que os amanhãs jamais acontecerão conforme exibidos nos filmes e novelas, preservando sempre seu livre-arbítrio crítico-construtivo.
13. Amplie sua resiliência de caminheiro militante, aprendendo a superar obstáculos numa era de múltiplas emergentes complexidades.
14. Mesmo cético de tudo e de todos, jamais perca seu bom humor, reservando momentos para uma avaliação dos ditos e feitos praticados nos últimos tempos.
15. Nunca se esqueça de assimilar um dito famoso: Quem sabe faz a hora, nunca espera acontecer.
Milhares de respostas surgirão todos os dias à nossa frente, tenhamos plena certeza disso. Algumas delas, a título de pequena amostra: Quem “fabricou” o Coronavirus? Israelitas e palestinos se entenderão um dia? O espiritualismo transecumênico um dia será triunfante? A fome de milhões será extinta na face da Terra? Haverá contatos efetivos duradouros com seres de outros planetas? A Lua será um dia destino turísticos para os mais ricos? Existirá, no futuro, um Governo Mundial Parlamentarista? O que será necessário para se obter um ambiente planetário integralmente fraterno, sem medos, ódios, vinganças e outras catástrofes? Quando teremos no mundo uma plena igualdade racial e de gêneros, sejam quais forem? Quando será que a Coreia do Norte, o Iraque e El Salvador se equipararão socialmente a Dinamarca dos tempos atuais? Quando o ainda sobrevivente ideário liberal será fraternalmente solidário com o mundo subdesenvolvido? Quando o Sistema Judiciário e a Imprensa serão integralmente independentes? Quando serão erradicados os privilégios raciais, nacionais e de gênero? O sistema liberal superará suas atuais dificuldades de enfrentamento da tecnologia da informação e da biotecnologia? Quando o mundo será integralmente alfabetizado e cidadão?
Saibamos conter os limites da estupidez humana, favorecendo a emersão de uma universalidade repleta de Luz.