Recebo do João Silvino da Conceição mais um dos seus e-mails. Desta vez de Brasília, onde ele foi binoculizar o cenário nacional, com a tal da inflação se agigantando e a Petrobrás aumentando continuamente os preços dos combustíveis, presidida por quem tem um salário pra lá de marajático. E ameaçada de privatização.
Fiquei de queixo caído com as opiniões do Silvino sobre uma conjuntura onde muitos ainda não perceberam a chegada de novos ares pós pandemia – alguns sinceros outros debochados e muitos incultos e complexados -, fruto de emergentes configurações comunitárias e de um coletivo cada vez menos aturdido, tal e qual aquele menino-passarinho que um dia passou por este pedaço da Criação e que se chamava Hélder Câmara, com quem trabalhei por mais de duas décadas e que sempre foi chamado de comunista pelos que possuíam rabo preso com pensamentos nada democrático ou rabo preso em benesses faustosas.
A carta do Silvino merece ser transcrita, pedindo eu licença ao Luiz Berto, esse arretado comandante do JBF, para transcrevê-la sem mexer numa linha sequer, inclusive mantendo pontuações e concordâncias:
“Da Capital Federal, amigo, envio as minhas congratulações pela conquista de três vitórias seguidas do Leão, meu clube, apesar da porrada ontem sofrida. Sempre disse que todo arroto mandão não leva a lugar algum e que o senador Rodrigo Pacheco, mineira e serenamente firme, saberá agregar pensares diferentes sob uma mesma bandeira, a do Desenvolvimento Brasileiro, jamais desejando ser o ó-do-borogodó, com semblante de todo-sério, como se seriedade bravateira pudesse ser medida pela sisudez falastrona, tal e qual a estampada pelo Al Capone, que se esfolou todo diante da justiça, quando foi desmascarado.
Fui ata à Câmara, para abraçar uns primos que fazem o serviço de faxina por lá. E encontrei todos eles esfolados de tanto trabalhar, cumprindo ordens, sem entenderem muito bem as razões de varrerem para debaixo dos tapetes alguns “lixos” encontrados pelos corredores e gabinetes.
Falei com o Neco Silva anteontem, quando ele saía do Ministério Público Federal, onde foi manter contatos para preservação das verbas destinadas à Ciência & Tecnologia. Ele me disse que estava desencantado com essa história de reeleição de executivos, posto que ainda não temos maturidade suficiente para o exercício de dois mandatos consecutivos. Estou seguro de que ele tem razões plenas para assim pensar. Só falta o Congresso pôr um finalmente nessa legislação.
Lamento o fim daqueles que se imaginavam globais, borrando-se todo por não terem uma visão de bailarino, a visão do estrategista moderno, que sabe dançar conhecendo bem o derredor, identificando bem os participantes, o enredo e os humores da plateia mundial.
No mais, continuarei pelejando por uma educação nacional integral e de qualidade, sem ódio e sem medo, como lembrava o saudoso Marcos Freire, senador-orgulho do PMDB, quando neste ainda não pululavam peemedebestas nem peemedebostas, para tristeza dos que souberam fazer história e dos que ainda teimam em construir uma agremiação sem os maus cheiros de alguns cretinos populistas e fingidos comunitários.
Testemunho, pelas redes sociais, as grosserias que são atiradas por desajustados mentais aos que sabem pensar com independência e sem destemor. Sinal evidente de que as pedradas são construtivistas para os que nada devem. E vibrei com o Nobel da Paz para os dois jornalistas, uma filipina e um russo, ampliando a luta pela mais ampla liberdade de opinar. Parabenizei o Mino Carta, ele representando todos os jornalistas brasileiros, dele recebendo de presente o livro A civilização do espetáculo, do Mário Vargas Llosa, uma radiografia do nosso tempo e do atual nível cultural planetário, onde a frivolidade da política é prato cheio para os especializados em TI (Tecnologia da Ignomínia), fabricantes de fake news e outros coices internéticos irracionais, sempre injuriosos. Inté, mano.”
Eita que esse João Silvino da Conceição é bom demais da conta, como diz a Rejane, luz de amanheceres meu sem apagões nem racionamentos!!!