Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Violante Pimentel - Cenas do Caminho sábado, 02 de maio de 2020

BICHO VOADOR

 

BICHO VOADOR

Muitos grupos indígenas vivem isolados, tentando manter a sua autonomia, ou para fugir da morte. Deslocam-se para as áreas mais preservadas, que por vezes são de unidades de Conservação ambiental, ou Terras Indígenas já demarcadas. Os índios tem sido massacrados, desde o “descobrimento” do Brasil, o que, na verdade foi uma invasão, pois a terra descoberta já era por eles habitada.

Tem ocorrido frequentemente, a criação de unidades de Conservação, em áreas de localização de povos isolados, ao invés de demarcá-las como terras indígenas. No Maranhão, os grupos isolados perambulam por terras indígenas já demarcadas. Mesmo assim, estão ameaçados de extinção, devido à permanente invasão e exploração ilegal de madeira nessas terras. Os crimes de genocídio, que são aqueles praticados com a intenção de aniquilar um povo, tem sido, relativamente, frequentes na Amazônia, nas últimas décadas, com a construção de estradas e hidroelétricas.

Pois bem. Décadas atrás, quando os índios eram somente índios, e, com razão, como ainda hoje acontece, temiam a aproximação do “homem branco”, usavam como transporte somente a canoa. Os médicos sanitaristas de todo o Brasil organizavam expedições e se embrenhavam na selva amazônica, para o trabalho assistencial.

Armavam acampamentos, tratavam dos índios doentes, faziam parto, distribuíam remédios e davam orientações.

Os índios viviam nas suas respectivas etnias isoladas, para fugirem da maldade dos saqueadores de suas terras e de suas vidas. Algumas etnias, ainda hoje, vivem isoladas na selva amazônica, sem qualquer contato com os homens brancos, que só lhe querem fazer o mal. Não admitem que eles se aproximem de suas ocas e mostram-se violentos diante de qualquer tentativa de aproximação. Não conhecem o açúcar, o sal, nem o sabão. Sua alimentação se restringe a peixe e farinha de banana verde. Tem a saúde muito frágil.

Os expedicionários chegavam à região dos índios, num pequeno avião. Quando o avião pousava, os índios se escondiam. Morriam de medo daquele “bicho pesado e voador”. Somente o índio Tupinambá se aproximava para ver de perto o avião.

Esse índio destoava dos demais, e gostava de se aproximar do homem branco, para ver de perto o avião. Seu deslumbramento era perceptível. E sempre dizia a quem estava por perto, que “índio querer passear no “bicho voador.”

O médico da expedição, depois de ouvir isso repetidas vezes, resolveu chamar o índio para fazer uma pequena viagem. Dessa forma, satisfazer-lhe-ia o desejo de andar naquele “bicho pesado e voador.”

O Piloto iria fazer um voo de reconhecimento sobre a mata. Tupinambá ficou muito contente com o convite e aceitou na hora. Não saiu de perto do avião, até a hora de realizar seu sonho.

E lá se foram o piloto, o médico e o índio, que ria de felicidade, feito uma criança.

Quando o avião decolou, para fazer medo ao índio, o piloto, por maldade, falou para o médico:

-Olhe, Doutor! Nós estamos sobrevoando o local onde, no ano passado, caiu um avião igual a esse. Não escapou ninguém!!!

Ouvindo isso, o índio entrou em pânico e perguntou:

“Bicho voador poder cair?!!!” O piloto e o médico sorriam, se divertindo com a reação do índio, que gritava e pedia socorro. Queria porque queria sair do avião à força.

Nunca mais Tupinambá chegou perto do avião, nem falou com os expedicionários.


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