BERÇO E TÚMULO (POEMA DO FLUMINENSE CASIMIRO DE ABREU)
BERÇO E TÚMULO
Casimiro de Abreu
(Grafia origina)
Trago-te flores no meu canto amigo
— Pobre grinalda com prazer tecida —
E — todos amores — desponta num beijo
Na fronte pura em que desponta a vida.
E cedo ainda! — quando moça fores
E percorreres deste livro os cantos,
Talvez que eu durma solitário e mudo
— Lírio pendido a quem ninguém deu prantos!.
Então, meu anjo, compassiva e meiga
Despõe-me um goivo sobre a cruz singela,
E nesse ramo que o sepulcro implora
Paga-me as rosas desta infância bela!