Benze que passa: grupo de benzedeiras repassa boas energias aos que têm fé
Voluntárias da Escola de Almas Benzedeiras de Brasília mantêm uma sabedoria ancestral e prezam pela conexão com a natureza. Aos que procuram pelos atendimentos, os relatos são de serenidade e cura As participantes formam um grupo que acredita no poder da bênção - (crédito: Letícia Mouhamad/CB/DA Press)x As participantes formam um grupo que acredita no poder da bênção - (crédito: Letícia Mouhamad/CB/DA Press) Ramos de arruda, terços, oráculos e uma imagem do arcanjo Rafael estavam dispostos em um altar improvisado. No ar, repousava o cheiro de lavanda e o frescor do fim do dia. Mesmo bem ocupado, não havia ruídos no espaço. O clima era de paz. Afinal, tranquilidade é o que mais procuram — além de cura, em muitas ocasiões — aqueles que frequentam os benzimentos da Escola de Almas Benzedeiras de Brasília, movimento que visa resgatar essa sabedoria ancestral e a conexão com a natureza.. Na última segunda-feira, mais de 70 benzimentos foram feitos em crianças, adolescentes, adultos, idosos e até animais de estimação no Parque Ecológico do Riacho Fundo I. Além das unidades de conservação, o grupo de voluntárias, que completa nove anos em setembro, também atua em postos de saúde. E, para os que não têm familiaridade com a prática, elas reforçam: não há qualquer vínculo com religiões. "É uma energia de cura, proteção e livramento de males", resume a benzedeira Elizete de Freitas, 71 anos. "Nosso objetivo é que as pessoas saiam melhores do que chegaram, com o sentimento de renovação. Esperamos que elas conquistem equilíbrio, paz, oportunidades e saúde. Todos nós temos a necessidade da misericórdia de Deus", completa Elizete, que é filha e neta de benzedeiros e se dedica ao ato desde a infância. Com a maior divulgação dos serviços, as voluntárias já chegaram a atender centenas de pessoas em uma única tarde. A alta procura, segundo elas, reflete a necessidade de reconexão consigo mesmas.
Os benzimentos da Escola de Alma Benzedeiras de BrasÃ?Âlia sÃ?£o, para muitos, sinÃ?ÂŽnimo de paz.
A tradiÃ?§Ã?£o tem, inclusive, conquistado cada vez mais adeptos" Os benzimentos da Escola de Alma Benzedeiras de BrasÃ?Âlia sÃ?£o, para muitos, sinÃ?ÂŽnimo de paz. A tradiÃ?§Ã?£o tem, inclusive, conquistado cada vez mais adeptos" (foto: LetÃcia Mouhamad/CB.DA.Press) Atenta ao cronograma dos benzimentos, Denise Barreto, 40, saiu do trabalho e foi direto para o Parque Ecológico. De lá, saiu com a sensação de leveza. "Esse é o momento de me afastar do mundo agitado e pesado em que vivo — a política — e retomar o controle da minha energia. Aprendi com ela (a benzedeira Cecília Bartholo) que eu devo tentar conviver com o que for ruim, mas sem deixar que isso me consuma", destaca a assessora parlamentar e sindical. Os benzimentos, segundo Denise, são uma tradição na sua família. "Meus pais vieram do Maranhão e trouxeram esse costume. Realmente, acredito que isso renova as energias. Afinal, tudo no mundo é energia", declara ela, mãe da estudante Isabele Barreto, 17, e a quem está transmitindo a importância de valer-se dessa tradição. A filha, que a acompanhava, conta: "Ela sempre me alertou sobre os cuidados que devemos ter com nosso lado espiritual e, recentemente, tenho sofrido com muitas crises de ansiedade. Por isso, decidi vir". "Cheguei, aqui, com o coração palpitando, mas, quando ouvi a voz da benzedeira, comecei a me acalmar. Senti como se uma cúpula tivesse me coberto e me fizesse sentir segura. Minha ansiedade desapareceu", comenta a adolescente, que afirma querer se benzer mais vezes. "Quem não quer voltar para casa se sentindo mais leve? Acho que todo mundo deveria se benzer", recomenda. Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular