HOJE: FILME ÉPICO
Gemtilexa dos Colunistas Cícero Tavares e D.Matt
Stanley Kubricki no set de batalha de Barry Lyndon na Irlanda.
Tudo o que se procura no filme clássico, é encontrado nessa obra-prima do diretor Stanley Kubrick, desde a fonte principal do enredo, adaptação para a tela, a escolha dos atores, cenários e músicas que pontuam cada cena com requinte de bom gosto, digno de uma obra que mais parece um belo quadro emoldurado, pois cada cena apresentada poderia ser emoldurada e exibida como uma obra de arte admirável.
O bom gosto do diretor Kubrick exibe qualidade e arte exposta em todas as cenas, desde o prólogo com importantes fatos biografados do personagem principal, mostrando da sua insegura e dúbia personalidade, até o alcance de suas pretensões sociais, que se realizam com habilíssimos golpes de sedução e esperteza. Conta ainda, com a participação habilidosa de um certo CHEVALIER (notável criação do ator Patrick Magee) com estupenda atuação, como cuidadoso criador de golpes jogados contra a sociedade nobre, fútil e maleável.
Barry Lyndon é interpretado pelo razoável ator Ryan O'Neal, que nesse filme chega ao ápice de sua carreira não tão nobre. Se ele sobressai de maneira notável é devido à excelente direção do mestre Kubricki. O mesmo não se pode dizer da belíssima Marisa Berenson, que dispensa adjetivos e incorpora à sua personagem um gracioso modo de ser, com poucos diálogos, muita serenidade e simpatia. Ela rouba do ator O'Neal todas as aparições, devido à sua mágica figura, quando exposta na tela grande.
Outros ótimos atores completam o elenco, como Marie Rean, como a mãe do personagem. E outra figura muito precisa que aparece sempre com destaque, o ator Murray Melvin como o reverendo professor.
A trilha sonora é preciosa. É uma resenha de belas peças clássicas dos maiores compositores, todos em elevada sintonia com a história apresentada, Ouve-se Mozart, J,S, Bach, Beethoven e outros em belos e sutis arranjos, ressaltando, algumas vezes, a sonora Sarabanda do mestre Handel.
A ascensão e queda de Barry Lyndon são mostradas como uma figura aventureira. Termina sua aventurosa carreira nas mãos de um infante fingativo que consegue derrotá-lo após longos anos de ódio reprimido e que não perde a sua última oportunidade de selar o seu destino final de modo trágico e irreversível.
Na cena final, toda sua glória e importância, a um nome num pedaço de papel, com a esmola de algumas libras. Sem maiores lembranças ou saudades.
Por tudo isso e muito mais é que Barry Lyndon é um clássico irretocável do mestre Stanley Kubrick.