Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

O Globo domingo, 18 de julho de 2021

BÁRBARA PAZ LEMBRA BABENCO, FALA SOBRE SEXUALIDADE, E MAIS

 

Bárbara Paz lembra Babenco, revela desejo de ter filhos e fala sobre sexualidade não binária

Cineasta, que acabou de filmar o longa 'A porta ao lado' como atriz, quer se dedicar à direção: 'Sou um embrião que deu certo'
Bárbara Paz Foto: Marcus Sabah; styling Felipe Veloso
Bárbara Paz Foto: Marcus Sabah; styling Felipe Veloso
 

Eu sou multidão”, diz Bárbara Paz, mais de uma vez, durante uma conversa de quase duas horas por chamada de vídeo. A afirmação que ela emprega para contextualizar diversas situações tem tudo a ver com as trilhas percorridas nos últimos tempos pela atriz gaúcha, de 46 anos.

Trench-coat e camisa Ines de
La Fressange, calça Cris Barros, sapato
Andrea Muller para Eva e brincos Dior Foto: Marcus Sabah
Trench-coat e camisa Ines de La Fressange, calça Cris Barros, sapato Andrea Muller para Eva e brincos Dior Foto: Marcus Sabah

A começar pela consagração do documentário “Babenco — Alguém tem que ouvir o coração e dizer: parou”, dirigido por ela, em tributo ao cineasta argentino Hector Babenco (1946-2016), com quem estava casada desde 2010. “Depois da campanha para o Oscar (o filme foi o representante do Brasil na disputa pela indicação de melhor filme internacional em 2021), voltei para Bahia, onde passei parte da primeira fase da pandemia. Cumpri minha missão ‘babenquiana’. Nunca poderia imaginar tanto sucesso”, diz.

A leveza está sendo exercitada à frente e atrás das câmeras. Como atriz, acaba de filmar “A porta ao lado” e está no elenco da novela das seis “Além da ilusão”, que sucederá “Nos tempos do imperador”. Como diretora, toca diversos projetos. “Quero fazer um filme sobre a minha vida”, avisa. A multiplicidade também se reflete na maneira de se enxergar no mundo. Em maio, declarou no podcast “Almasculina” se identificar como uma pessoa não binária, que não se enquadra na definição dos gêneros masculino e feminino.

Bárbara Paz: casaco Litt,blusa e calça
MaxMara, colar Claudia Arbex, óculos e bolsa Louis Vuitton e anel HStern Foto: Marcus Sabah
Bárbara Paz: casaco Litt,blusa e calça MaxMara, colar Claudia Arbex, óculos e bolsa Louis Vuitton e anel HStern Foto: Marcus Sabah

Confira os melhores trechos da entrevista em que Bárbara fala também sobre orientação sexual e maternidade.

O GLOBO: Recentemente, você declarou ser uma pessoa não binária. Pode explicar melhor?

Não foi uma revelação e, sim, uma constatação. Sempre fui uma mulher masculina na minha expressão, na maneira como me mostro à sociedade, uma mistura de gêneros. Também sempre me senti parte da comunidade LGBTQIAP+ e nunca segui padrões heteronormativos. Conversando com um amigo sobre isso, descobri a palavra não binário, e disse: “Acho que me encaixo aí”. Tem pessoas que precisam fazer a transição ou para o masculino ou para o feminino, e outras que convivem bem com os dois, que é o meu caso. Não vou mudar nada, gosto do meu corpo e estou bem resolvida com a minha mulher e com o meu homem. Não imaginava tanta repercussão. Entendi como a comunidade precisa de voz. Se ajudar quem está sofrendo com isso, vou me sentir honrada. A minha fala não tem a ver com orientação sexual. Sempre me apaixonei por homens. Mas não vou me definir, sou multidão e não quero me fechar.

Capa, vestido e brinco Dior. Camisa Paula Raia Foto: Marcus Sabah
Capa, vestido e brinco Dior. Camisa Paula Raia Foto: Marcus Sabah
 
 

Já se apaixonou por uma mulher?

Não, sempre por homens. Namorei com alguns mais velhos e outros mais jovens. Mas se acontecer de me apaixonar por uma mulher, que lindo, maravilha, está tudo certo. Gosto e me apaixono por pessoas e estou aberta para o mundo. Aliás, estou livre e louca para voar. O universo está lá fora me esperando.

Assim como Babenco, que lutou contra o câncer durante 30 anos, você é uma sobrevivente. Como lidavam com essa identificação?

Quando a gente se encontrou, falou muito sobre isso. Esse lugar, o da sobrevivência, nós dois sabíamos como era. Ele dizia: “Estou me vendo em você”. Eu, naquela época, estava com 30 e poucos anos e queria me acalmar, já ele ansiava por mais energia. Realizamos muita coisa. Nosso processo de relacionamento foi vida e obra juntos. Eu trouxe mais tempo e vida para ele. Sem querer, a gente se ajudou e foi dançando conforme a música. Hector tinha certeza das minhas incertezas. E falava: “Você pode mais do que imagina”. Quis deixar registrado, por meio do “pacote Hector”, que inclui o longa, o curta “Conversa com ele” (emqueo médico Drauzio Varella trava uma conversa imaginária com o cineasta) e o livro (“Mr. Babenco: Solilóquio a dois sem um”), como ele regeu a doença e a morte, como adiou a morte. O amor que Babenco tinha pela vida era absurdo, o mesmo que vi na minha mãe e que também tenho.

Vestido Fendi, botas Santa Lolla e pulseiras Sara Joias Foto: Marcus Sabah
Vestido Fendi, botas Santa Lolla e pulseiras Sara Joias Foto: Marcus Sabah

 


Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros