Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Estadão sábado, 12 de setembro de 2020

BABY DO BRASIL VOLTA AOS NOVOS BAIANOS PARA HOMENAGEAR MORAES MOREIRA

 

Baby do Brasil volta aos Novos Baianos para homenagear Moraes Moreira

Em entrevista, a cantora falou da sua relação com o cantor, sobre o álbum que prepara com músicas inéditas e das lives que planeja fazer

Danilo Casaletti, Especial para o Estado

12 de setembro de 2020 | 05h00

Novos Baianos é um cara que está nascendo a todo minuto”. Assim resumiu Baby do Brasil, na época, ainda Consuelo, no documentário Novos Baianos FC, de 1973, dirigido por Solano Ribeiro. E o grupo, surgido no final dos anos 1960, que, depois de seu término, em 1979, reuniu-se algumas vezes, teve de renascer mais uma vez após a morte de Moraes Moreira, em abril deste ano, vítima de um enfarte. Primeiro, para uma live e, agora, como uma das atrações da sétima edição do Coala Festival, que ocorre hoje (12), a partir das 14h, de forma virtual.

Além dos Novos Baianos, o festival vai apresentar um encontro de Gilberto Gil com o trio Gilsons (formado pelo filho de Gil, José, e pelos netos, Francisco e João), Nego Bala, MC Tha e Rico Dalasam e Mariana Aydar com Mestrinho (assista aqui ou no canal TNT). O local é mantido em segredo pela produção. Sabe-se que será em São Paulo, provavelmente no interior, conforme entrega Baby. “É festa na floresta! Estaremos lá ao vivo e em cores, com todos os cuidados necessários. Num clima de fazenda, como no nosso sítio em Jacarepaguá. Delícia!”, diz, em referência à comunidade onde viveu, nos anos 1970, com Moraes, Pepeu Gomes, Paulinho Boca de Cantor e Luiz Galvão, entre outros.

 

Novos Baianos

Baby do Brasil volta aos Novos Baianos. Foto: Dario Zalis
 

Em entrevista – primeiramente combinada para ser realizada por telefone, mas, depois, a pedido de Baby, feita por e-mail – “Com as perguntas na minha frente, reflito melhor”, disse –, a cantora falou da sua relação com Moraes, da influência de João Gilberto no grupo, sobre o álbum que prepara com músicas inéditas e das lives que planeja fazer – uma delas, bem “Matrix”, segundo ela. “Para todo mundo ficar pelo menos avisado e bem esperto com o que pode acontecer em breve”, diz.

Os Novos Baianos se reuniram recentemente em uma live. Como foi para o grupo voltar a se apresentar sem o Moraes?

Ficamos muito abalados. Foi difícil demais acreditar que ele se foi, que não estaríamos de novo juntos. Por mais ou menos três meses ficamos pasmos, chocados, com tudo o que aconteceu. Se não tivéssemos uma experiência como grupo quando Moraes saiu da banda (em 1974) e feito quatro discos sem ele, sob a direção e com as composições de Pepeu Gomes e Galvão, teria sido muito mais difícil para nós voltarmos a tocar juntos. Essa experiência no passado foi a que nos deu a base, a confiança, e nos sustentou para voltarmos à cena agora.

Como você reagiu à morte do Moraes? 

Alguém da imprensa ligou e pediu pra confirmar se Moraes Moreira havia falecido, e eu disse: “Claro que não, imagina!” Mas, logo depois, vi uma chamada de Paulinho (Boca de Cantor) no meu celular às 7h da manhã e tremi! Pensei, ai meu Deus, não é possível! Fiquei ‘suspensa’ em Deus todo o tempo para me segurar. Coloquei em prática tudo o que aprendi sobre vida eterna. Orei, orei ao Espírito Santo, o Consolador, para nos consolar e, principalmente, poderosamente, a Davi, Ciça e Ari, os seus filhos, e a Marília, sua ex-esposa e grande amiga.

Sem Moraes, foi Pedro Baby, seu filho e de Pepeu, que fez o violão, não? 

Sim, pela grande influência do Moraes no violão do Pedro, que aprendeu com ele as batidas, o convidamos para fazer a participação especial no violão. Tanto ele, quanto Davi, filho de Moraes, são da escola de Moraes e Pepeu, e os mais legítimos representantes. Foi emocionante demais, pois Pedro é Gomes, assim como seu pai, Pepeu, seu Tio Jorginho (bateria), seu outro tio Didi (baixo). Todos são dos Novos Baianos.

Em uma entrevista nos anos 1970, Moraes disse que os Novos Baianos eram uma chama que não vai se apagar. É isso mesmo?

Pelo que já estamos vivendo, depois de tantos anos, pela nossa história ser tão bonita, pela nossa música ser tão importante para a música brasileira, com certeza os Novos Baianos “é uma chama que não vai se apagar”. Jamais!

Como será o show no Coala? 

Estamos colocando algumas músicas que não tocamos na primeira live. Queremos estar muito unidos e honrando esse público e esse super-festival maravilhoso, que corajosamente não recuou nesse momento tão crítico. Vai ser inesquecível!

 

Baby do Brasil
A cantora Baby do Brasil. Foto: Dario Zalis

Os Novos Baianos conviveram muito juntos, não apenas no palco, mas na vida. E, em grupos, sempre há personalidade diferentes:um mais racional, outro mais sonhador, outro mais agitador. Quem era o Moraes Moreira nesse grupo?

Moraes era o manso, o tranquilo. Estava sempre concentrado em tocar e, durante muitos anos, foi assim. Ele e Pepeu faziam música 24 horas por dia. Eu e Paulinho cantávamos com eles o tempo todo. Galvão observava e escrevia as letras.

Em uma entrevista no começo deste ano, Moraes rebateu sua opinião de que o musical Novos Baianos (apresentado no ano passado) não retratava a realidade. Disse que você queria que a peça fosse um espetáculo evangélico, sem mencionar o consumo de drogas por parte da banda. Você ficou chateada com ele?

(Risos) Não fiquei chateada com ele, graças a Deus! Eu compreendi que ele não estava entendendo a minha forma de ver o musical como uma ficção. Afinal, eu nunca fui para a Bahia pra fazer um filme de faroeste. Eu não estava preocupada com religião ou drogas – até porque isso nunca foi importante para nós. Nosso foco era a música e a vida. Novos Baianos sempre foi uma família, uma tribo: “era uma vez uma tribo, brincando de paz e amor, enquanto o homem mandava à Lua o seu disco voador ” (cita trecho da canção 'Anos 70'). Como ele era mais velho do que eu – e meu irmão querido – me comportei como a irmã mais nova que respeita os mais velhos (risos). Evitei que qualquer coisa que eu fizesse ou falasse pudesse ofendê-lo e manchar o meu amor por ele e pela nossa história. Jamais faria isso, principalmente por respeito ao que vivemos nos dez anos em que moramos juntos, dividindo tudo pra multiplicar. O musical é muito bom, com um elenco lindo, novos e excelentes jovens atores. A parte musical é incrível, tem a direção de Pedro (Baby) e Davi (Moraes). Todos estão perfeitos! Não tem nada demais dizer que (o musical) também é uma ficção, que isso é muito normal nas histórias biográficas. Mas pode ter mudanças pra próxima temporada, pois Lucinho Mauro (o ator Lucio Mauro Filho, que assina o texto) já me propôs fazermos algumas alterações para trazermos mais ainda realidade daquele tempo. Vou amar!

Muito se fala da convivência dos Novos Baianos com o João Gilberto. E tudo que envolve João, vira lenda. Como era, de fato, esse contato?

João trouxe a força da brasilidade mais profunda. Os acordes que ele apresentou, as harmonias, e tudo o mais, revolucionou a cada um de nós tremendamente. Passávamos noites adentro ouvindo João, sem piscar os olhos. Queríamos absorver ao máximo tudo daquela escola tão bela, tão chique, tão forte, tão única e de nível musical altíssimo. Estávamos apaixonados pela possibilidade de crescermos muito mais musicalmente e de podermos um dia passar para a juventude os ensinamentos de João Gilberto, que misturados com a nossa vivência musical e a nossa vida, fez nascer o álbum Acabou Chorare.

No Altas Horas, você cantou trecho de uma música nova. Ela fala sobre como ficar livre das drogas. Seu novo disco vem com músicas nesse sentido?

Essa música se chama Decorei a Onda. Meu novo disco vem com muitos assuntos diferentes, mas que fazem parte da minha vida e das coisas que vivi nos últimos anos. Sempre que componho tenho esse compromisso de ser muito fiel à minha inspiração e a tudo que for uma verdade para mim.

Essa música teve como inspiração sua convivência com o Casagrande (os dois são amigos de longa data e foram namorados entre 2016 e 2017)? Você declarou que quebrou a maldição dele com as drogas...

Com certeza, a convivência com o Casão me trouxe mais inspiração para escrever essa letra. Essa música vem para dizer que podemos vencer as seduções de um vício, se decorarmos a onda que ele nos traz. Que se fizermos isso de uma forma inteligente, sem emocional, por meio de uma análise profunda, para que possamos abandonar o vício que mata, e assumirmos a divina euforia e a alegria positiva, que cura, vamos ter a garra, pela decisão de crescermos com a mudança de atitude que gera o milagre, e conquistarmos a maturidade emocional para viver uma nova vida. Existem alguns ensinamentos bíblicos de Jesus Cristo muito preciosos e eficazes que, na minha caminhada Matrix de “popstora”, eu aprendi a aplicá-los. Tive o privilégio de poder quebrar com Casão algumas maldições que estavam ativas em sua vida.

Você já declarou que irá fazer suas lives. Como elas serão?

Estou esperando cumprir com essa fase como nova baiana, para, em breve, botar em prática o que decidi fazer. Estou planejando pelo menos duas lives. Uma secular e pauleira, com minha superbanda, com algumas das músicas novas no meio dos sucessos e das regravações. A outra, bem Matrix, para trazer tudo sobre o Apocalipse para todo mundo ficar pelo menos avisado e bem esperto com o que pode acontecer em breve. E com muito louvor da Baby, é claro!


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