Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 10 de fevereiro de 2021

AUXÍLIO EMERGENCIAL: GOVERNO E CONGRESSO FECHADOS PELO BENEFÍCIO

Jornal Impresso

Governo e Congresso fechados pelo auxílio
 
Planalto e parlamentares chegam a consenso de que o benefício tem de ser retomado, mas o valor da ajuda e a fonte de financiamento seguem indefinidos. Corte de gastos e até mesmo a criação de imposto estão entre as possibilidades

 

ROSANA HESSEL
LUIZ CALCAGNO

Publicação: 10/02/2021 04:00

Bolsonaro, Pacheco e Lira já sinalizaram ser favoráveis ao retorno do auxílio emergencial: em 2020, benefício elevou popularidade do chefe do Executivo (Ed Alves/CB/D.A Press

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Bolsonaro, Pacheco e Lira já sinalizaram ser favoráveis ao retorno do auxílio emergencial: em 2020, benefício elevou popularidade do chefe do Executivo
 
Diante do recrudescimento da pandemia da covid-19 e a lentidão do processo de vacinação conduzido pelo governo federal, economistas iniciaram a onda de revisões para baixo do desempenho da atividade econômica neste ano. Não à toa, o presidente Jair Bolsonaro e o Centrão já estão alinhados sobre a volta do auxílio emergencial como forma de ajudar na retomada da economia e na popularidade do governo.
 
Os novos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), já sinalizaram. São favoráveis ao retorno do benefício para os mais vulneráveis que não foram contemplados pelo Bolsa Família. No ano passado, o auxílio ajudou a evitar um tombo maior no Produto Interno Bruto (PIB) e, de quebra, elevou a aprovação de Bolsonaro, principalmente, no Nordeste. Contudo, o tamanho do auxílio e a fonte de financiamento continuam indefinidos, apesar da urgência da matéria, que estará na pauta dos parlamentares integrantes da Comissão Mista do Orçamento (CMO), a ser instalada hoje.
 
Apesar do consenso sobre a necessidade do auxílio, não há o mesmo entendimento a respeito do financiamento do benefício. Líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB) reconheceu que o auxílio deve dominar os debates no Congresso e informou que será preciso buscar espaço para ele no Orçamento, “durante os trâmites na CMO, via corte de despesa”.
 
O deputado Júlio Delgado (PSB-MG) defendeu o corte de gastos para a inclusão do auxílio emergencial no Orçamento e descartou aumento de impostos para bancar o benefício. O líder do Podemos na Câmara, Léo Moraes (RO), também confirmou o consenso sobre a necessidade de aprovação da ajuda no Congresso. Segundo ele, com a vacina, o programa “vai aquecer a economia”.
 
De acordo com o líder do DEM no Senado, Marcos Rogério (RO), existe disposição do governo e de parlamentares para aprovar um novo socorro aos mais vulneráveis, mas não nos mesmos moldes do auxílio do ano passado e sem impor condicionantes para o acesso. “O governo vai ter de achar o caminho para estender o benefício, como fazer isso sem que represente um aumento no rombo das contas públicas. A prioridade é quem está passando necessidade. A questão orçamentária, fiscal, é meta de todos. Mas, primeiro, você alimenta quem tem fome”, ressaltou.
 
No Planalto e no Congresso, apesar do discurso do ministro da Economia, Paulo Guedes, de que é preciso recriar o auxílio “com responsabilidade fiscal”, não está totalmente descartada a criação de um imposto para custear o socorro. Essa medida, no entanto, não ajudaria o governo a cumprir a regra do teto de gastos, que limita o aumento de despesas à inflação do ano anterior. Guedes defende a volta da CPMF. Para economistas, essa medida “de ajuste fiscal preguiçoso” seria um tiro no pé para o Executivo e para a retomada da economia.
 
Sergio Vale, economista-chefe da MB Associados, não descarta a possibilidade de o governo tentar emplacar um novo imposto. A medida deve seduzir boa parte do Centrão. “De novo, fica claro que muitas pautas acontecem sem o dedo do Guedes para reforçar que o problema não era tanto o Rodrigo Maia”, afirmou, numa referência ao ex-presidente da Câmara. “Com o Centrão, é mais provável um ajuste via impostos do que corte de gastos. É o que deveremos ver nos próximos dois anos. O difícil será conceber um presidente que falou tanto para a sua base contra aumento de impostos”, acrescentou Vale, que revisou de 0,1% para 0,8% a previsão de queda do PIB no primeiro trimestre e não descarta recessão nos seis primeiros meses.
 
“Aumentar impostos não resolve o teto, ainda que ajude no primário. Não parece um caminho promissor para os problemas de curtíssimo prazo. Será preciso medida compensatória do lado da despesa, para respeitar o teto (para abrigar o auxílio)”, avaliou Felipe Salto, diretor-executivo da Instituição Fiscal Independente (IFI). “Outra possibilidade para o auxílio é o chamado crédito extraordinário. Nesse caso, é bom lembrar que despesas maiores afetam o deficit e a dívida. O importante é não perder de vista a responsabilidade fiscal.”
 
Descontentamento
Vários indicadores do mercado financeiro refletiram, ontem, descontentamento com a provável volta do auxílio emergencial sem que o governo tenha uma definição clara sobre as fontes de recursos para bancá-lo. O dólar e o risco-país subiram, após Bolsonaro confirmar que pretende prorrogar o auxílio. O Banco Central acabou realizando uma intervenção, com oferta de US$ 1 bilhão em contratos de swap cambial, mas não conseguiu evitar a desvalorização do real.
 
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, reforçou não haver espaço no Orçamento para o auxílio sem uma contrapartida, como cortes de despesas, e alertou para a alta dos juros. “A reação dos mercados nos mostra que a fragilidade fiscal pesa mais do que os eventuais benefícios de se colocar mais dinheiro na economia. Pode acabar tendo o efeito contrário, de contração da economia”, disse, em um evento a investidores estrangeiros.
 
O economista Matheus Rosa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre), lembrou que o debate tem convergido para uma aprovação de um novo auxílio emergencial por fora do teto, por meio dos créditos extraordinários, “mas não é consensual de que isso é viável juridicamente”. Segundo ele, os riscos continuam sendo um desvio do caminho para a sustentabilidade fiscal no longo prazo e aumento de juros e desvalorização do real. “Para isso, espera-se o avanço da agenda de reformas que engessou no segundo semestre de 2020”, emendou. (Colaborou Vera Batista)
 

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