AUTOESCOLA SE GRAFA EM HÍFEN. POR QUÊ?
Auto- figura na vala comum. Pede hífen em duas oportunidades: 1. quando seguido de h (auto-história). 2. quando seguido de o. É a tal história dos iguais que se rejeitam. Duas letras iguais? Uma fica lá, a outra cá (auto-observação, micro-ondas, super-resistente, mini-inquérito, contra-argumento). 3. No mais, é tudo colado: autoescola, autodidata, autoconhecimento.
Com a reforma ortográfica, lidar com o prefixo co- ficou fácil como tirar chupeta de criança. Ele não aceita hífen nem a pedido dos deuses do Olimpo. Fica sempre coladinho à palavra que vem depois dele: coordenação, coerdeiro, coautor, coeleitor.
A reforma ortográfica enquadrou o adjetivo geral. O danadinho sempre se usa com hífen: direção-geral, diretor-geral, secretaria-geral, secretário-geral, procuradoria-geral, procurador-geral. E por aí vai.
Auxílio-moradia, auxílio-maternidade e outros auxílios se escrevem com hífen? Sim. Com auxílio, não basta ficar um lá e outro cá. É necessária uma separação maior. No caso, o hífen. Veja: auxílio-doença, auxílio-enfermidade, auxílio-funeral, auxílio-reclusão, auxílio-gás, auxílio-combustível, auxílio-moradia. E por aí vai.
Qual a regra para usar o prefixo trans? Trans é pra lá de fácil. Alérgico, o pequeno se enche de brotoejas diante do tracinho. Com ele é tudo colado: transnacional, trasamazônica, transumano, transregional, transubjetivismo.
O infinitivo na formação de palavras: 1. verbos terminados em -dir formam substantivos escritos com s: dividir (divisão), confundir (confusão), aludir (alusão), iludir (ilusão). 2. verbos terminados em -uzir formam substantivos terminados em -ção: seduzir (sedução), conduzir (condução), traduzir (tradução). 3. verbos terminados em -ar ora se grafam com s, ora com z. Por quê? A desinência formadora de verbos é -ar: martelo (martelar), […]
1. Se o infinitivo tem j no nome, sempre que o gê soar, o j pede passagem: viajar (viajo, viaja, viajamos, viajam; que eu viaje, ele viaje, viajemos, viajem). 2. Se o infinitivo tem g no nome, sempre que o gê soar, o g ganha banda de música e tapete vermelho. Pra manter a pronúncia, se necessário, o g vira j: agir (ajo, age, […]
Quando formam substantivos ou adjetivos, as três letrinhas (sem) gozam da inseparável companhia do hífen: sem-teto, sem-terra, sem-justiça, sem-Deus, sem-limite, sem-celular, sem-banco. Fora isso, grafam-se como as demais preposições do universo de Camões, Pessoa ou Machado: Saiu sem pedir licença. Sem dinheiro, nada de compras. O crime se classifica em culposo ou doloso. O doloso é o cometido sem intenção de matar. Olho vivo. Sem […]
O acordo ortográfico cassou o hífen diante do não. Adeus, indesejado das gentes e das palavras. Doravante, sem elo, é um lá e outro cá. Assim: não agressão, não alinhamento, não conformismo, não fumante, não intervenção, não participação, não alinhado, não beligerante, não combatente, não conformista, não engajado, não intervencionista, não ferroso, não verbal, não viciado.