ASSIM! AM.***
Casimiro de Abreu
Viste o lírio da campina?
Lá s’inclina
E murcho no hastil pendeu!
- Viste o lírio da campina?
Pois, divina,
Como o lírio assim sou eu!
Nunca ouviste a voz da flauta,
A dor do nauta
Suspirando no alto mar?
- Nunca ouviste a voz da flauta?
Como o nauta
É tão triste o meu cantar!
Não viste a rola sem ninho
No caminho
Gemendo, se a noite vêm?
- Não viste a rola sem ninho?
Pois, anjinho
Assim eu gemo, também!
Não viste a barca perdida,
Sacudida
Nas asas dalgum tufão?
Não viste a barca fendida?
Pois, querida,
Assim vai meu coração!