Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Violante Pimentel - Cenas do Caminho domingo, 20 de novembro de 2022

ASSECLAS DE NERO (CRÔNICA DA MADRE SUPERIORA VIOLANTE PIMENTEL, COLUNISTA DO ALMANAQUE RAIMUNDO FLORIANO)

 

ASSECLAS DE NERO

Violante Pimentel

 

Entre as maldades do imperador romano NERO, conhecido na História pela sua tirania, está o incêndio de Roma, por ele provocado e ao qual ele teria assistido com indiferença, dedilhando sua lira.

Esse grande incêndio de Roma ocorreu em 18 de julho de 64, e depois de seis dias em chamas, a cidade estava com dois terços reduzidos a escombros.

 

 

Logo se divulgou o boato de que Nero teria mandado atear fogo em Roma, para apreciar o espantoso espetáculo e depois escrever um poema baseado na cruel realidade.

Para afastar de si as suspeitas, Nero tratou de atribuir a culpa aos cristãos. Daí, tiveram início as perseguições aos seguidores do Cristianismo. Homens, mulheres e crianças foram presos e condenados aos piores suplícios.

Sob o governo de Nero, Roma teria conhecido o clímax do desregramento moral e político.

Paulo, discípulo de Jesus, foi decapitado. Pedro teve a morte na Cruz. Muitos cristãos eram atirados às feras, no Circo Máximo, num espetáculo que visava acalmar a revolta do povo.

Após o incêndio, o imperador Nero iniciou, imediatamente, um grande projeto de reconstrução da cidade. Logo confiscou bens para construção de seu palácio, a “Domus Aurea” (Casa Dourada), que ocupava, com seus jardins, extensa área urbana.

O Brasil, atualmente, parece infiltrado de asseclas de Nero.

Como num pesadelo, o povo se vê na iminência de ter de volta um ex-presidente, que, depois de indiciado, julgado e condenado em alguns tribunais, e em pleno cumprimento de pena em um órgão federal, foi beneficiado por uma reviravolta processual, o que resultou em sua “descondenação”, tudo sob medida, o que pareceu, para uma boa parte do povo brasileiro, uma verdadeira “diarreia jurídica”. De repente, o condenado tornou-se “descondenado”. E em seguida, foi considerado apto a concorrer, mais uma vez, à Presidência da República.

Em pleno cumprimento de pena por improbidade administrativa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, o condenado foi libertado em nome de um suposto “erro de comarca”, numa jogada capciosa e maléfica, para que pudesse novamente se candidatar à Presidência da República. O resultado foi uma surpreendente e misteriosa vitória, após eleição com o uso de urnas eletrônicas, que continuam “atravessadas” na garganta de grande parte do eleitorado brasileiro.

Sob a iminência de ver, pela terceira vez, esse fantasma devorador do dinheiro público, assumir a Presidência da República, o povo brasileiro está decepcionado com os togados que compõem a Suprema Corte do nosso País.

A contratação de 283 componentes para integrar o governo de transição, com altos salários, é uma demonstração do que virá pela frente, com esse novo governo. Somente um assecla de Nero, no seu delírio, teria essa coragem, contra tudo e contra todos, de assumir altos compromissos, antes mesmo de tomar posse no cargo de Presidente da República, o que somente ocorrerá em 1 de janeiro de 2023.

A política, no seu significado mais amplo e mais nobre, deveria ser, com efeito, a arte de organizar a vida coletiva e individual. Entretanto, ela não passa da mais despudorada mentira.

Estamos assistindo, antes da hora, ao espetáculo de um “rei” desfrutar das regalias da Nação, num gasto sem freios, com aprovação dos vermes do poder.

Esse grupo domina e escraviza a grande massa da população. São algumas centenas de homens cavalgando bilhões, impiamente. E ainda por cima, eles chamam de ímpios aos que se revoltam contra os gastos desenfreados do dinheiro público.

Eles dispõem de tudo quanto racionalmente forma o grande patrimônio comum. Açambarcam o que seria o seu quinhão e o dos outros. Para eles, o aumento da abundância; para os pequenos, os horrores da miséria.

Não podemos caminhar, melhorar ou progredir, enquanto os nossos homens públicos continuarem se julgando uma casta à parte, bem acima da Nação.


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