Almanaque Raimundo Floriano
(Cultural, sem fins comerciais, lucrativos ou financeiros)


Raimundo Floriano de Albuquerque e Silva, Editor deste Almanaque, também conhecido como Velho Fulô, Palhaço Seu Mundinho e Mundico Trazendowski, nascido em Balsas , Maranhão, a 3 de julho de 1936, Católico Apostólico Romano, Contador, Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, Funcionário Público aposentado da Câmara dos Deputados, Titular da Cadeira nº 10 da Academia Passa Disco da Música Nordestina, cuja patrona é a cantora Elba Ramalho, Mestre e Fundador da Banda da Capital Federal, Pesquisador da MPB, especializado em Velha Guarda, Música Militar, Carnaval e Forró, Cardeal Fundador da Igreja Sertaneja, Pioneiro de Brasília, Xerife nos Mares do Caribe, Cordelista e Glosador, Amigo do Rio das Balsas, Inventor da Descida de Boia, em julho de 1952, Amigo da Fanfarra do 1° RCG, autor dos livros O Acordo PDS/PTB, coletânea de charges, Sinais de Revisão e Regras de Pontuação, normativo, Do Jumento ao Parlamento, com episódios da vida real, De Balsas para o Mundo, centrado na navegação fluvial Balsas/Oceano Atlântico, Pétalas do Rosa, saga da Família Albuquerque e Silva, Memorial Balsense, dedicado à história de sua terra natal, e Caindo na Gandaia, humorístico apimentado, é casado, tem quatro filhos, uma nora, um genro e dois netos e reside em Brasília, Distrito Federal, desde dezembro de 1960.

Correio Braziliense quarta, 16 de janeiro de 2019

ASSASSINATO NA RODOVIÁRIA DO PLANO PILOTO

 

Câmeras ajudam a identificar assassinos
 
Estudante da UnB morre esfaqueado na Plataforma Inferior da Rodoviária do Plano Piloto, quando esperava um ônibus para casa. Apontados como autores do crime, dois moradores de rua aparecem em imagens do circuito de vigilância do terminal

 

» Cezar Feitoza
» Danilo Queiroz
» Sarah Peres
» Bruna Lima
Especiais para o Correio

Publicação: 16/01/2019 04:00

Câmeras de segurança filmaram os suspeitos discutindo com as vítimas, fugindo após matarem Milton e bombeiros socorrendo o jovem, mas não flagraram a facada
 (TV Brasilia/Reprodução)  

Câmeras de segurança filmaram os suspeitos discutindo com as vítimas, fugindo após matarem Milton e bombeiros socorrendo o jovem, mas não flagraram a facada

 


Um jovem de 19 anos, estudante de ciência política da Universidade de Brasília (UnB), morreu esfaqueado na Plataforma Inferior da Rodoviária do Plano Piloto, a 2,5km do Palácio do Planalto e a 3,5km do Palácio do Buriti. O crime aconteceu por volta das 3h30 de ontem, quando a vítima esperava o ônibus para voltar para casa, no Gama. Ele estava na companhia de dois amigos, com quem havia participado de uma festa no Setor Bancário Sul (SBS). O autor da facada seria um morador de rua. Ele teve a ajuda de um amigo, segundo testemunhas.
 
A agressão ocorreu na Plataforma B do terminal rodoviário, ponto mais movimentado da capital, por onde circulam cerca de 700 mil pessoas diariamente, que conta com uma companhia da Polícia Militar e 14 câmeras de vigilância, que, segundo a Secretaria de Segurança Pública (SSP/DF), estão em funcionamento. Os equipamentos gravaram suspeitos abordando os três jovens pouco antes do crime e a fuga deles. O momento da facada não teria sido registrado porque o local ficaria em um ponto cego, fora do alcance das câmeras. Até o fechamento desta edição, quase 20 horas após a morte do rapaz, ninguém havia sido preso.

A vítima


Milton Junio Rodrigues de Souza
» Estudante de ciência política da UnB
» Morava no Gama com um irmão, enquanto o restante da família reside na Bahia
» Era militante da causa LGBT+
» Morreu aos 19 anos, com uma facada no peito, na Rodoviária do Plano Piloto (Facebook/Reprodução)  

A vítima 

Milton Junio Rodrigues de Souza » Estudante de ciência política da UnB » Morava no Gama com um irmão, enquanto o restante da família reside na Bahia » Era militante da causa LGBT+ » Morreu aos 19 anos, com uma facada no peito, na Rodoviária do Plano Piloto

 

Além de um adulto, outro homem que vive em situação de rua, identificado como Galego, é suspeito de participar do crime. Eles abordaram a vítima e os dois amigos, Ary Martins,  21 anos, e Ícaro Carlos de Sousa, 19, no ponto de embarque do coletivo que os levaria para casa. Segundo os sobreviventes, um dos desconhecidos apareceu repentinamente e pegou o isqueiro que estava com Ícaro. Ao verem que ele estava com um alicate na mão, os rapazes se afastaram. No entanto, Galego teria seguido o trio e o outro morador de rua apareceu com uma faca.
 
Ary foi atrás de ajuda na unidade da PM da Rodoviária, enquanto Milton e Ícaro seguiram em direção ao banheiro, sob uma das escadas rolantes. Mas, antes de entrarem no cômodo, um dos suspeitos deu uma facada em Milton. “O cara nos seguiu e foi para cima do (Milton) Junio, que ainda tentou se defender colocando a mochila na frente (leia Depoimento)”, contou Ícaro. Com o rapaz no chão, os agressores levaram a carteira e o celular. PMs acionaram bombeiros para atender a vítima. Os socorristas chegaram em 20 minutos. Tentaram reanimar o jovem por 40 minutos, sem sucesso.
 
Família
Milton Junio morava no Gama com um irmão, enquanto o restante da família reside na Bahia. Até as 22h de ontem, o corpo do jovem estava no Instituto de Medicina Legal (IML). Nenhum familiar havia comparecido ao prédio para iniciar os trâmites de liberação. A previsão era de que a mãe da vítima chegasse na madrugada.
 
Investigadores da 5ª Delegacia de Polícia (Área Central) tratam o caso como latrocínio (roubo com morte). Eles tiveram acesso às imagens do circuito de segurança. O momento do crime não foi capturado pelas câmeras de segurança, mas os suspeitos aparecem discutindo com as vítimas e fugindo após matarem Milton.
 
Responsável pela apuração do caso, o delegado Glayson Gomes disse que qualquer manifestação sobre o andamento da investigação seria repassada por meio da Divisão de Comunicação (Divicom) da Polícia Civil. Até o fechamento desta reportagem, a unidade informou que não havia nenhuma novidade e que os suspeitos ainda não haviam sido presos.
 
Comoção
O Centro Acadêmico de ciência política da Universidade de Brasília (UnB) se manifestou sobre a morte do aluno por meio de nota oficial. “O momento é de relembrar as boas histórias que Junio deixou conosco e os momentos que nos fazem lembrar a pessoa extraordinária que era, alto astral, sorriso no rosto e querido por quem o conhecia. Em nome de todos os alunos de ciência política, lamentamos profundamente essa perda e desejamos mais sinceros sentimentos aos amigos, familiares e a todos que de alguma forma sentirão sua falta”, diz o comunicado.
 
Militante da causa LGBT, Milton costumava frequentar eventos relacionados à temática. Emocionado, o amigo Walysson Ribeiro, 19 anos, relembrou com carinho de Milton e disse que o conheceu em um bloco de carnaval. “Ele sempre estava fazendo alguma piadinha, amava dançar e ir pra festas. Se importava com todo mundo. Ele era uma pessoa que queria crescer profissionalmente para ajudar a família, queria ser uma pessoa que marcasse a vida de todo mundo. E marcou”.
 
Abalados com a morte do universitário, amigos e desconhecidos começaram a se manifestar por meio das redes sociais, poucas horas após o crime. “Você sempre estará em nossos corações e será lembrado por ser a pessoa mais carismática, sorridente e alegre. Descansa em paz, príncipe. Não iremos esquecer tão cedo da sua grandeza”, escreveu uma amiga na página de Milton no Facebook. “É muito injusto tirar a vida de um rapaz de 19 anos, que mal conheceu a vida e que lhe foi arrancada a oportunidade de viver”, lamentou outra colega.
 
A cantora pop Pabllo Vittar também prestou homenagem ao universitário. Por meio dos stories do Instagram, a artista publicou uma foto de Milton Junio com uma mensagem de pesar. “Um dos vittarlovers mais fofos foi morar no céu”, escreveu. Vittalovers é a forma como são chamados os fãs de Pabllo Vittar.
 


Mais de 400 mortes
 
De janeiro a novembro de 2018, houve 403 homicídios e 23 latrocínios em todo o Distrito Federal. Uma média de 36 assassinatos mensais e dois casos de roubo com morte a cada mês. No mesmo período de 2017, forças de segurança pública contabilizaram 448 mortes violentas e 34 latrocínios. A Secretaria de Segurança Pública não divulgou números da violência apenas na área central de Brasília ou em todo o Plano Piloto.



Depoimento

Ícaro Carmo, amigo da vítima
 
“A gente estava voltando de uma festa. Estávamos sentados na escada da Rodoviária, quando chegou um mendigo e tomou o isqueiro da gente. Só que ficamos de boa, não íamos discutir. Aí, ele começou a mexer com a gente, nos afastamos e ele continuou. Então, chegou um amigo dele perguntando se estávamos incomodando, e o cara disse que sim. Saímos de perto. Eu fui com o (Milton) Junio ao banheiro e outro amigo ficou perto das mulheres que trabalham lá, porque disse que se sentia mais seguro. Depois, o cara nos seguiu com uma faca e golpeou o Junio. Eles fugiram, o Milton foi andando pra trás, até que caiu no chão, nos meus braços.”
 
Jornal Impresso

Escreva seu comentário

Busca


Leitores on-line

Carregando

Arquivos


Colunistas e assuntos


Parceiros