ASPIRAÇÃO
Dom Pedro II
Deus, que os orbes regulas, esplendentes,
Em número e medida poderados,
Neles abrigo dás aos desterrados
Que se vão suspirosos e plangentes.
Assim, dos céus às vastidões silentes
Ergo os meus pobre olhos fatigados,
Indagando em que mundos apartados
Lenitivo à saudade nos consentes.
Breve, Senhor, do cárcere da argila
Hei de evolar-me, murmurando ansioso
Tímida prece; digna-te a ouví-la!
Põe-me ao pé do Cruzeiro majestoso
Que ao antártico céu vivo cintila,
Fitando sempre o meu Brasil saudoso!