Tem quem garanta que, a fala creditada anos atrás à Monsieur Charles De Gaulle (“O Brasil não é um país sério”), não seria de sua lavra. Mas, neste momento, isso não interessa.
A fala também não é tão importante, por ser algo que sempre soubemos. Sempre soubemos que o Brasil é o verdadeiro cocô do cavalo do bandido. Pior, não quer mudar esse status quo.
Duvidam? Pois sim. Jânio Quadros, durante a campanha para a Presidência da República, garantiu que, se eleito fosse, “varreria do País os corruptos e os ladrões”. Forças ocultas “obrigaram Jânio” a renunciar de livre e espontânea vontade.
E aí aconteceu o que muitos sabem. Passamos 21 anos num período de exceção, e dele saímos para uma democracia de araque – corroborada por uma ditadura jurídica praticada pelas instituições superiores. Manda quem pode, obedece quem tem juízo.
Eis que, de uma hora para outra surge Collor de Melo, garantindo que tomaria providências e, entre outras coisas, acabaria com os marajás. Dançou o bolero de Ravel, errando todos os passos.
E aí, após Itamar e FHC vieram os 16 anos de convivência com a merda. Merda vermelha – sem que jamais as instituições superiores do País tenham deixado de contribuir com percentual de pelo menos 90% para a situação. Todas as instâncias, sem exceção.
Hoje estamos num caminho bifurcado. E não adianta continuar dizendo que o “povo brasileiro não sabe votar”. Eu, com certeza, votei certo: não votei em ninguém!
O então presidente do STF – Joaquim Barbosa
Em 2009, o presidente do STF (Joaquim Barbosa) voltou a protagonizar uma dura discussão no tribunal, uma das mais acaloradas da história do plenário do Supremo. Durante o debate, Barbosa acusou o ministro Gilmar Mendes de manter “capangas” no Mato Grosso.
“Vossa excelência não está na rua, não. Vossa excelência está na mídia, destruindo a credibilidade do Judiciário brasileiro. É isso. […] Vossa excelência quando se dirige a mim não está falando com os seus capangas do Mato Grosso, ministro Gilmar. O senhor respeite.”
Ministro do STF Luís Roberto Barroso
O ministro Luís Roberto Barroso e seu colega de Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes protagonizaram um bate-boca, numa sessão que teve de ser interrompida pela presidente da Corte, Carmen Lúcia. Barroso disse a Gilmar que ele tem leniência com corruptos poderosos, principais protagonistas dos crimes de colarinho branco. O magistrado ainda disse que Gilmar não costuma trabalhar com a verdade, mas com ódio.
A discussão começou quando Gilmar desvirtuou o debate para dizer que Barroso mandou soltar José Dirceu, lançando suspeição sobre a decisão.
Após explicar o procedimento jurídico que levou Dirceu à prisão domiciliar, Barroso disparou: “Não transfira para mim esta parceria que Vossa Excelência tem com a leniência em relação à criminalidade do colarinho branco.”
Depois, Barroso ainda disse que Gilmar age como um juiz partidário e muda a lei de acordo com o réu, favorecendo aliados. “Vossa Excelência muda a jurisprudência de acordo com o réu. Isso não é Estado de Direito, isso é estado de compadrio. Juiz não pode ter correligionário.”